O avanço da política de precarização e privatização no serviço público aprofunda algo que é conhecido como “assédio institucional”, é o que defende a pesquisadora Helena Pontes do Santos, servidora do TRT, no artigo Impactos das reformas no aumento do Assédio Institucional no Setor Público. O texto foi parte da contribuição da servidora no curso de formação de lideranças da Fenajufe, no dia 4 de maio (veja aqui).
O tema tem grande relevância para os servidores do Judiciário, que sofrem assédio moral de forma rotineira em seu cotidiano, mesmo no regime de trabalho a distância ao qual a maior parte da categoria foi submetida durante a pandemia. No artigo, a pesquisadora define o assédio institucional como um “conjunto de discursos, falas e colocações, normas e práticas administrativas impostas por gestores públicos aos seus subordinados, realizando-se descredenciamento, desautorização e deslegitimação por via de constrangimentos de organizações públicas, esvaziando suas missões institucionais”. E complementa “Nada de novo para quem trabalha na Justiça do Trabalho e que, de vez em sempre, tem que enfrentar o Assédio Institucional”, conclui.
Ainda na opinião de Helena Pontes, o assédio institucional no contexto de retirada de direitos impostos pelo avanço das sucessivas ‘reformas’ para restrição das funções da gestão pública e retirada de direitos, é um reflexo do discurso que visa aprofundar a terceirização e precarização do trabalho.
Na última resolução sobre o tema, a resolução 351/CNJ, de outubro do ano passado, reconhece o “assédio organizacional”, tipificado como “processo contínuo de condutas abusivas amparado por estratégias organizacionais e/ou métodos gerenciais que visem a obter engajamento intensivo dos funcionários ou excluir aqueles que a instituição não deseja manter em seus quadros, por meio do desrespeito aos seus direitos fundamentais.”
O combate ao assédio moral, causado pelo assédio institucional, é parte da política permanente do Sintrajud. Há anos, as diretorias do Sindicato vêm cobrando das administrações solução para os problemas e orientando os servidores a denunciarem casos de assédio aos tribunais e a apresentarem tais denúncias também para o Sindicato.
A cartilha “Assédio Moral e Saúde”, disponível no site da entidade, está sendo atualizada para relançamento ainda este ano. Também está disponível no Youtube a palestra com o psicólogo Bruno Chapadeiro sobre formas de identificar e combater o assédio moral no ambiente de trabalho (veja aqui).
No curso “Introdução ao feminismo”, a juíza do Trabalho na 15ª Região Patrícia Maeda também fala um pouco sobre como tais políticas incidem sobre as mulheres servidoras (assista aqui).
O Sintrajud oferece assistência aos sindicalizados nos processos, administrativos, judiciais e disponibiliza um canal de atendimento sempre aberto para receber denúncias e reclamações dos servidores. Basta enviar as informações e formas de contato preenchendo o formulário abaixo. O Sindicato garante a preservação do sigilo de todos os denunciantes e já obteve diversas decisões favoráveis aos servidores.
O preenchimento do formulário pode ser anônimo, caso prefira, mas é importante informar os contatos para que o Sindicato possa retornar a você. O sigilo é absoluto e assegurado pela entidade.
Erro: Formulário de contato não encontrado.