Servidora do TRF-3 publica livro de crônicas com a visão feminina dos “amores de aplicativos”


18/08/2022 - Hélio Batista Barboza
“Crônicas da mulher solta”, de Ju Vilas Boas, será lançado em tarde de autógrafos neste sábado (20 de agosto).

A servidora do TRF-3 Juliana Vilas Boas (Ju Vilas Boas) lança neste sábado, 20 de agosto, o livro “Crônicas da mulher solta”, uma divertida reunião de 12 histórias sobre a vida da mulher solteira no que a autora chama de “a era dos amores de aplicativos”.

Juliana já participou de coletâneas de crônicas e tem se dedicado a histórias com temática adulta. “Crônicas da mulher solta”, publicado pela Bellelê Projetos Literários, é seu primeiro livro individual e será lançado na Livraria da Vila do Shopping Pátio Paulista.

Confira a entrevista concedida pela autora à reportagem do Sintrajud.

Desde quando você escreve literatura?

Já publiquei crônicas em diversas coletâneas. Uma delas em um projeto coletivo de mulheres, do qual nasceu o livro “Com a palavra, a mulher”, e a mais recente numa coletânea de textos adultos chamada “Volúpia”. Sempre amei literatura, devorava livros desde muito pequena. Rabiscava algumas coisinhas, mas nunca levei a sério. Há dois anos entrei para um grupo de escrita coletiva e então comecei a escrever com regularidade. Hoje me identifico na escrita de crônicas de temática adulta.

Qual a inspiração para as crônicas? Todas têm como tema os namoros por aplicativo?

A inspiração nasceu quando me vi solteira, após um longo casamento. E então fui viver amores líquidos nessa nossa era de amores de aplicativos. Achei que o que eu vivia estava muito além dos melhores roteiros de Hollywood. Surgiu a vontade de escrever sobre o assunto, e então entrevistei muitas pessoas e compilei as melhores histórias nessas crônicas. Os textos retratam as relações em geral, algumas iniciadas a partir dos aplicativos. Mas o objetivo é trazer a ótica feminina ao tema, tratando com leveza e humor os sentimentos que nos atravessam.

Depois de ter escrito o livro, que reflexão você faz sobre esse tipo moderno de relacionamento? E sobre a mulher solteira, o que você pode apontar?

Creio que a minha geração foi criada com o referencial de príncipes e princesas da Disney, o que deixou muitas pessoas despreparadas para o mundo real, para relações reais. E os vínculos afetivos modernos estão na contramão dos contos de fadas. É preciso estar muito disposto para construir relações de qualidade, embora nem sempre tenhamos consciência disso. A mulher solteira ainda se ressente dos julgamentos sociais, não se sente livre. A liberdade também é uma construção, e eu quis escrever textos que incentivassem as mulheres a serem quem elas quiserem. Como eu brinco, é a mulher solta: nua, crua, e com batom vermelho.

 Seu trabalho no Judiciário também traz alguma inspiração para os textos?

O trabalho no Judiciário me trouxe um grande repertório linguístico. No começo da jornada na escrita, tive muita dificuldade em largar o “juridiquês”. Aperfeiçoando o estilo, encontrei minha voz. Hoje consigo falar de coisas mundanas e eróticas com tranquilidade, transitando entre o formal e informal, para me aproximar dos leitores.

Pretende seguir na literatura? Tem projeto para outros livros?

Pretendo! Já estou trabalhando no meu próximo livro, que também será de crônicas. E tenho algumas crônicas já selecionadas para publicação em coletâneas. Além disso, tenho me dedicado a leituras e resenhas de algumas obras, com o objetivo de trocar ideias com outros leitores.

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