Professor da USP defende unidade dos trabalhadores para enfrentar ataques


22/02/2019 - Shuellen Peixoto

Foto: Rafael Freitas

A união dos trabalhadores das categorias será o motor capaz de enfrentar os ataques, esta foi a conclusão da palestra do professor da USP Marcus Orione durante o 1º Encontro Estadual dos Trabalhadores do Setor Público, no último sábado, 16 de fevereiro. Orione, docente na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (FD/USP), foi um dos palestrantes na abertura do Encontro e tratou do tema “Os ataques às organizações dos trabalhadores – Segurança política e sindical”.

Durante sua explanação o professor abordou a necessidade de organização dos trabalhadores e os limites da estrutura sindical em vigor para enfrentar em defesa dos direitos. A partir de uma discussão histórica, Orione explicou o surgimento e legalização das entidades sindicais no Brasil e as tentativas sucessivas dos governos de restringir a atuação das organizações sindicais apenas ao campo econômico, tornando mais difícil o avanço e preservação das conquistas nos campos social e político. “O Estado foi transformando cada vez mais os sindicatos em lugares em que só se discute interesses econômicos, como reajuste salarial, descolado das discussões mais gerais e de sociedade”, afirmou.

“A consequência [da centralidade nas pautas econômicas] são julgamentos como o que ocorreu na última semana, quando o STF considerou abusiva a greve contra a privatização da Eletrobras, considerando a greve política, mesmo que os grevistas avaliassem que a privatização da empresa afetaria diretamente estes trabalhadores”, concluiu Marcus Orione.

Na opinião do professor, é preciso usar o Judiciário em favor das mobilizações, no entanto, não é possível confiar apenas nesta vertente, já que, historicamente, a forma de conseguir avanços sociais e barrar os ataques dos governos é construindo  a unidade dos trabalhadores em luta. “É preciso juntar todos, servidores, terceirizados, lutar contra a cisão da classe trabalhadora como um todo. Categoria, como conhecemos, foi uma amarra criada para deixar vocês separados uns dos outros, é preciso união para lutar e enfrentar ataques, não só os econômicos, mas os políticos”, destacou Orione.

O encontro também contou com a participação da professora Sara Granemann, da Escola de Serviço Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que debateu a lógica da ‘reforma’ da Previdência que pretende desmontar o regime de repartição e seu impacto sobre os direitos sociais. O advogado César Lignelli, assessor jurídico do Sintrajud, falou sobre as ameaças já feitas pela equipe do novo governo aos direitos e conquistas do funcionalismo.

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