Abertura da XXII Plenária da Fenajufe destaca desafio de construir unidade


03/08/2018 - Shuellen Peixoto

Abertura da XXII Plenária da Fenajufe. Foto: Valcir Araújo

Os desafios de construir a unidade para lutar contra a retirada dos direitos dos trabalhadores foi o principal debate na plenária de abertura da XXII Plenária da Fenajufe, que aconteceu na noite desta quinta-feira (2 de agosto), em Salvador.

A mesa contou com a representação dos diversos coletivos que compõem a direção da Federação, além do Sindjufe-BA, representantes da Coordenadora Cone Sul e das centrais sindicais CSP-Conlutas e CUT. A necessidade de construir uma mobilização para lutar por data-base, barrar a reforma da Previdência e revogar a Emenda Constitucional 95 e a reforma trabalhista foram destacadas por todos participantes.

“Esse último ano, em particular, as lutas foram muitas e não cessaram, tivemos que enfrentar ataques sem precedentes a direitos fundamentais da categoria e da classe, fomos desafiados a nos organizar mais e melhor, depois de vários anos gestamos uma greve geral e enfrentamos em todos os espaços os ataques”, afirmou Adilson Rodrigues, coordenador da Fenajufe e servidor da JF/Santos.

Para Denise Carneiro, diretora do Sindjufe-BA, uma das tarefas da plenária é aprovar o chamado e construção do 10 de agosto, dia nacional de manifestações em defesa dos direitos dos trabalhadores convocado pelas centrais sindicais. “Temos que construir uma reação à altura, sair daqui unidos para derrotar todos os ataques que estamos sofrendo, inclusive ataques de morte, quase 200 ativistas estes anos foram assassinatos por esta elite que está aí. Não podemos esquecer cinco meses da morte da [vereadora fluminense] Marielle Franco sem solução”, destacou Denise.

O Sintrajud participa do evento com uma delegação de representantes eleitos na assembleia geral que aconteceu no dia 16 de junho.

Ataques são internacionais

Os ataques dos governos aos direitos dos trabalhadores não é uma particularidade da realidade brasileira. Segundo Pedro Quilpatay, representante da Federação dos servidores do Poder Judiciário na Argentina (FJA), os trabalhadores daquele país vêm sofrendo sistematicamente com a alta da inflação, aumento do desemprego e desvalorização da moeda.

“Com a entrada do governo de Mauricio Macri, começou um processo de ajuste e reformas estruturais. Em poucos anos de governo uma nova crise econômica se desenvolveu em cima dos trabalhadores e povo argentino”, disse.  O dirigente sindical ressaltou a necessidade da construção da unidade dos trabalhadores não só no Brasil, mas em toda América Latina. “Unidade não pode ser só declamada, mas também precisa ser levada à prática”, finalizou Pedro Quilpatay, desafio que estará colocado ao longo dos quatro dias de debates e votação de resoluções em Salvador.

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