Pesquisa do Sintrajud é instrumento de luta por condições de trabalho, ressalta psicólogo


08/04/2022 - Shuellen Peixoto
Bruno Chapadeiro chamou a categoria para participar da pesquisa “Riscos Psicossociais do Trabalho no Judiciário Federal de São Paulo” realizada pela diretoria do Sintrajud.

“A pesquisa sobre os riscos psicossociais ligados ao ambiente de trabalho não é só coleta de dados, pode e deve ser usada nas mobilizações da categoria”, esta foi a afirmação do psicólogo Bruno Chapadeiro, um dos responsáveis pelo estudo que a diretoria do Sintrajud está realizando. E com o qual busca aprofundar o conhecimento sobre os principais problemas e desafios enxergados pela categoria na dinâmica atual de gestão de pessoas e recursos no Poder Judiciário.

A pesquisa ‘Riscos Psicossociais do Trabalho no Judiciário Federal em São Paulo’, tem o objetivo de conhecer melhor a qualidade de vida e saúde e os impactos socioemocionais do trabalho nas vidas de servidoras e servidores ativos das Justiças do Trabalho, Eleitoral, Federal e Militar em todo o estado, numa perspectiva geracional. Ou seja, identificando como a atividade funcional impacta as diferentes faixas etárias e as transformações do trabalho no Judiciário.

Preencha aqui o questionário

O psicólogo explica que o estudo permitirá  o mapeamento de como as diversas transformações no ambiente de trabalho do Judiciário Federal e o assédio moral institucional incidem na saúde, além da percepção dos trabalhadores e trabalhadoras sobre essa dinâmica.  “Vai nos dar uma dimensão, a partir das falas dos trabalhadores que estão na lida há muitos anos, as transformações no Judiciário Federal — o teletrabalho, o assédio moral, essas reestruturações — e o impacto que elas têm no perfil de adoecimento da categoria”, ressaltou Bruno Chapadeiro.

Por isso, para o especialista a pesquisa é um instrumento de fortalecimento da luta da categoria porque, através dos dados extraídos das respostas, será possível entender as reais condições de trabalho em cada ramo do Poder Judiciário da União e demonstrar que o adoecimento dos servidores e servidoras não tem caráter somente individual, mas em muitos casos está associado à organização laboral. “O aumento de casos de depressão ou transtorno de ansiedade na categoria demonstram que não é algo individual, há um elemento em comum que é o trabalho, na forma como ele está organizado e nas condições que temos e que colaboram para o adoecimento”, afirma.

Bruno Chapadeiro esclarece ainda que conhecer os aspectos do ambiente de trabalho que contribuem para o adoecimento é fundamental para a mobilização por mais direitos e melhores condições laborais. “A condição de trabalho é muito mais do que o aspecto físico, estamos falando de aspectos sociais, por isso ouvir a categoria, através da pesquisa, e identificar os problemas, torna possível desmistificar falas das administrações de que as condições de trabalho estão sendo pensadas e adequadas”, destacou o psicólogo.

Bruno participou de diálogo com a categoria no dia 30 de março, na sala virtual da greve em defesa da reposição salarial emergencial.

Confira a íntegra da palestra e leia mais sobre a pesquisa após o player:

 

Participe da pesquisa!

A pesquisa ‘Riscos Psicossociais do Trabalho no Judiciário Federal em São Paulo’ é a mais ampla já feita com trabalhadores do PJU no estado. O estudo é conduzido por professores da Unesp e Unicamp especialistas em Saúde do Trabalhador e Relações de Trabalho. Com o máximo rigor metodológico, o estudo vai proporcionar dados importantes para reforçar as demandas apresentadas pelo Sintrajud às administrações — configurando-se numa ferramenta para a ação sindical mais eficaz na luta pela melhoria das condições de trabalho, saúde e qualidade de vida.

A diretoria do Sintrajud convida todos os colegas a responder o formulário online (disponível aqui). A participação é anônima e o sigilo dos dados é assegurado. Os dados vão permitir traçar um histórico das mudanças, positivas e negativas, da organização funcional no PJU, também por meio de entrevistas também com colegas já aposentados ou não.

Não é necessário estar sindicalizada ou sindicalizado, mas a diretoria do Sindicato ressalta que a filiação é a única fonte de sustentação da entidade para a defesa dos direitos da categoria.

Saiba mais sobre a pesquisa aqui.

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