“A pesquisa sobre os riscos psicossociais ligados ao ambiente de trabalho não é só coleta de dados, pode e deve ser usada nas mobilizações da categoria”, esta foi a afirmação do psicólogo Bruno Chapadeiro, um dos responsáveis pelo estudo que a diretoria do Sintrajud está realizando. E com o qual busca aprofundar o conhecimento sobre os principais problemas e desafios enxergados pela categoria na dinâmica atual de gestão de pessoas e recursos no Poder Judiciário.
A pesquisa ‘Riscos Psicossociais do Trabalho no Judiciário Federal em São Paulo’, tem o objetivo de conhecer melhor a qualidade de vida e saúde e os impactos socioemocionais do trabalho nas vidas de servidoras e servidores ativos das Justiças do Trabalho, Eleitoral, Federal e Militar em todo o estado, numa perspectiva geracional. Ou seja, identificando como a atividade funcional impacta as diferentes faixas etárias e as transformações do trabalho no Judiciário.
O psicólogo explica que o estudo permitirá o mapeamento de como as diversas transformações no ambiente de trabalho do Judiciário Federal e o assédio moral institucional incidem na saúde, além da percepção dos trabalhadores e trabalhadoras sobre essa dinâmica. “Vai nos dar uma dimensão, a partir das falas dos trabalhadores que estão na lida há muitos anos, as transformações no Judiciário Federal — o teletrabalho, o assédio moral, essas reestruturações — e o impacto que elas têm no perfil de adoecimento da categoria”, ressaltou Bruno Chapadeiro.
Por isso, para o especialista a pesquisa é um instrumento de fortalecimento da luta da categoria porque, através dos dados extraídos das respostas, será possível entender as reais condições de trabalho em cada ramo do Poder Judiciário da União e demonstrar que o adoecimento dos servidores e servidoras não tem caráter somente individual, mas em muitos casos está associado à organização laboral. “O aumento de casos de depressão ou transtorno de ansiedade na categoria demonstram que não é algo individual, há um elemento em comum que é o trabalho, na forma como ele está organizado e nas condições que temos e que colaboram para o adoecimento”, afirma.
Bruno Chapadeiro esclarece ainda que conhecer os aspectos do ambiente de trabalho que contribuem para o adoecimento é fundamental para a mobilização por mais direitos e melhores condições laborais. “A condição de trabalho é muito mais do que o aspecto físico, estamos falando de aspectos sociais, por isso ouvir a categoria, através da pesquisa, e identificar os problemas, torna possível desmistificar falas das administrações de que as condições de trabalho estão sendo pensadas e adequadas”, destacou o psicólogo.
Bruno participou de diálogo com a categoria no dia 30 de março, na sala virtual da greve em defesa da reposição salarial emergencial.
Confira a íntegra da palestra e leia mais sobre a pesquisa após o player:
Participe da pesquisa!
A pesquisa ‘Riscos Psicossociais do Trabalho no Judiciário Federal em São Paulo’ é a mais ampla já feita com trabalhadores do PJU no estado. O estudo é conduzido por professores da Unesp e Unicamp especialistas em Saúde do Trabalhador e Relações de Trabalho. Com o máximo rigor metodológico, o estudo vai proporcionar dados importantes para reforçar as demandas apresentadas pelo Sintrajud às administrações — configurando-se numa ferramenta para a ação sindical mais eficaz na luta pela melhoria das condições de trabalho, saúde e qualidade de vida.
A diretoria do Sintrajud convida todos os colegas a responder o formulário online (disponível aqui). A participação é anônima e o sigilo dos dados é assegurado. Os dados vão permitir traçar um histórico das mudanças, positivas e negativas, da organização funcional no PJU, também por meio de entrevistas também com colegas já aposentados ou não.
Não é necessário estar sindicalizada ou sindicalizado, mas a diretoria do Sindicato ressalta que a filiação é a única fonte de sustentação da entidade para a defesa dos direitos da categoria.
Saiba mais sobre a pesquisa aqui.