Pesquisa do TRF induz servidores à opção por coparticipação em plano de saúde


30/11/2017 - Shuellen Peixoto

O TRF está realizando uma pesquisa de opinião sobre o modelo a ser adotado para o plano de saúde a ser implementado no ano que vem, quando terminará o contrato atual. De acordo com a administração, a pesquisa deve ser respondida pelos servidores até o dia 5 de dezembro e tem por objetivo colher informações para subsidiar a contratação de um novo plano.

O formato da pesquisa, porém, é objeto de preocupação. Tal como elaborado, o questionário acaba por induzir uma opção pelo modelo de coparticipação. O texto diz, por exemplo, que os planos assim no mercado são mais baratos, e que propiciam um acompanhamento mais detalhado dos valores cobrados, resultando em maior transparência.

A proposta de questionário foi apresentada na reunião do Grupo de Estudo sobre o plano de saúde, do qual participa a diretora do Sintrajud Luciana Carneiro, servidora do TRF. Na ocasião, Luciana manifestou essa preocupação e solicitou que o texto fosse alterado. O texto divulgado, no entanto, manteve essas considerações.

“As informações que constam no questionário mostram a coparticipação como algo muito bom e induzem os servidores”, afirmou Luciana. “Na verdade, o que não consta no questionário é que a coparticipação é nebulosa, gera insegurança e não é garantia de redução no custo do plano de saúde; pode significar um gasto maior no momento em que o servidor mais precise”, destacou. Ela aponta também que a coparticipação não é condição para que haja maior controle das despesas ou mais transparência.

Ainda na opinião da servidora, a solução para o plano de saúde é aumentar o orçamento da saúde para que a parcela do Tribunal no custeio seja maior. “Já pagamos muito caro pelo plano de saúde; e o Tribunal não pode penalizar os servidores que precisam mais do plano, cobrando os procedimentos isoladamente”, ressaltou Luciana Carneiro.

O Sindicato tem levado aos servidores a discussão sobre o modelo do plano de saúde e a categoria tem se posicionado contra a coparticipação, com essas preocupações.

O Sintrajud tem defendido a necessidade de mais recursos para os benefícios, e com a assessoria do economista Washington Lima, demonstrou a existência de recursos passíveis de remanejamento, inclusive em visitas recentes aos Tribunais Superiores e Conselhos.

No entanto, os órgãos têm priorizado outros gastos, na medida em que os benefícios permanecem defasados. Segundo estudos do economista, no TRF-3 a verba para a assistência médica e odontológica chegou a diminuir 18,57% em relação ao orçamento do ano passado.

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