Paulista fecha em protesto contra reformas, Temer e os corruptos do Congresso


03/07/2017 - Shuellen Peixoto

Foto: Joca Duarte

Trabalhadores de diversas categorias fecharam a Avenida Paulista nesta sexta-feira, 30 de junho, em mais uma greve geral contra as reformas trabalhista e da Previdência e para colocar para fora o governo Michel Temer (PMDB) e todos os corruptos do Congresso.

Embora os trabalhadores do transporte público não tenham paralisado suas atividades, a manifestação na principal avenida da cidade reuniu professores, bancários, trabalhadores da USP, estudantes, movimentos sociais e muitos representantes de entidades sindicais.

Os servidores do Judiciário Federal concentraram-se desde as 14h em frente ao Fórum Pedro Lessa, da Justiça Federal, e caminharam até o TRF-3, onde a CSP-Conlutas organizou um ato. Mais cedo, os servidores haviam participado do ato convocado pelas centrais sindicais em frente à Superintendência Regional do Trabalho.

Recuo das centrais

Não faltaram críticas ás demais centrais e às entidades sindicais que se recusaram a fortalecer a greve geral. A avaliação é que o dia 30 de junho poderia ter sido mais forte, a exemplo da greve geral que aconteceu no dia 28 de abril. No entanto, centrais como a Força Sindical, CUT e CTB não colocaram peso na construção da mobilização. No Sindicato dos Metroviários, por exemplo, setores que fazem parte da CTB e CUT foram contrários a adesão da categoria à greve geral.

“A votação no Sindicato dos Metroviários foi categórica, dos companheiros das centrais que lá estavam, foram os da CSP-Conlutas que mantiveram a defesa da paralisação e da greve”, afirmou Barela. “CTB e CUT foram contra paralisar [o trabalho] e o que vimos no Brasil inteiro no dia de hoje (30) foram todos os metroviários das capitais onde tem metrô paralisarem suas atividades, a única que não parou foi São Paulo, por conta da política da burocracia”, destacou o sindicalista.

Para Celso Borba, do Sindicato dos Metroviários de São Paulo e da Federação Nacional dos Metroviários, um dos motivos que explicam o recuo é que estas centrais estão negociando, em benefício próprio, pontos específicos das reformas e, consequentemente, rifando os direitos dos trabalhadores. “As burocracias dessas centrais, por baixo dos panos, continuam negociando as migalhas para a classe trabalhadora”, denunciou.

O dia também foi marcado por protestos, bloqueio de vias e paralisações em todo o país. “Está muito clara a disposição da classe trabalhadora; está muito clara a luta que os trabalhadores vêm desenvolvendo”, discurso Paulo Barela, da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas.

Greve no Judiciário Federal

A servidora aposentada do TRF-3 Ana Luiza Figueiredo, diretora do Sintrajud, destacou a importância da categoria ter aprovado a participação na greve geral. Ana Luiza falou ainda sobre a luta dos servidores do Judiciário Federal contra o corte de recursos, fechamento de fóruns e zonas eleitorais na Justiça Eleitoral e o congelamento de benefícios na Justiça Federal.

“Temos lutado muito contra a reforma trabalhista como trabalhadores que querem preservar seus direitos, mas também como um setor que pode deixar de existir com a reforma”, afirmou, referindo-se ao enfraquecimento da Justiça do Trabalho em decorrência da proposta que o governo Temer quer aprovar no plenário do Senado.

Duas lições

Para o economista e professor da Unicamp Plínio de Arruda Sampaio Jr., que também participou da manifestação na Paulista, duas lições podem ser tiradas da greve geral deste 30 de junho.

“A primeira é que sem o povo na rua não há solução para o Brasil, pois a burguesia não tem resposta para a crise”, discursou Plínio. ”A segunda lição é que se o povo não atropelar as organizações políticas e sindicais comprometidas com esse estado de coisas, não conseguiremos dar voz aos trabalhadores brasileiros, que não estão satisfeitos com a situação, mas que não têm meios de expressar sua indignação.”

Avaliação da Greve Geral

Para discutir as impressões sobre a Greve Geral do dia 30 de junho e os próximos passos da mobilização pelo Fora Temer e contra as reformas Trabalhista e da Previdência, o Sintrajud convida todos os servidores para participar da atividade nesta quinta-feira, 6, às 19h30, no auditório do Sindicato (Rua Antonio de Godoi, 88, 15º andar). Além das impressões sobre o dia 30, a categoria também irá debater a preparação para a reunião ampliada da Fenajufe, que acontecerá no sábado, 8, em Brasília.

A atividade será transmitida ao vivo pela página Sindicato no Facebook. Participe!

 

 

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