Palestra no Fórum Pedro Lessa mostra direitos ameaçados pela reforma da Previdência


03/06/2019 - helio batista

Fotos: Cláudio Cammarota

Com 53 anos de idade e mais de 30 no serviço público, a servidora Maristela Strefezza, do Fórum Pedro Lessa, considera que já atende os critérios para se aposentar e entrou com pedido na JF para análise da sua situação funcional – requisito que deve ser cumprido antes do processo de aposentadoria propriamente dito.

Maristela (foto abaixo) entregou o pedido em março, quando foi informada de que era a servidora de número 103 na fila das solicitações a serem analisadas. Agora está na posição 67, mas sua preocupação só aumenta. Ela teme que a reforma da Previdência seja aprovada e a obrigue a trabalhar mais nove anos – pela proposta do governo Bolsonaro, mulheres só poderiam se aposentar a partir dos 62 anos.

A servidora esteve nesta sexta-feira, 31 de maio, na palestra que o advogado Cesar Lignelli, do departamento jurídico do Sintrajud, apresentou no auditório do Fórum Pedro Lessa. “Foi uma palestra esclarecedora e muito importante”, avaliou Maristela.

O evento fez parte da série de palestras que o Sintrajud vem realizando nos locais de trabalho, em meio a diversas atividades para esclarecer a categoria e mobilizar os servidores contra o projeto do governo.

O advogado falou sobre os pressupostos da reforma, detalhou as ameaças do projeto à previdência pública e explicou as dificuldades que a “Nova previdência” pode criar para a aposentadoria e outros benefícios previdenciários. “Não tem outro motivo para aprovar essa reforma da previdência senão atender interesses exclusivos do sistema financeiro”, afirmou.

A apresentação foi gravada e está disponível no site do Sintrajud. Os slides usados pelo advogado podem ser encontrados neste link.

Dívida pública

O diretor do Sintrajud Gilberto Terra, um dos dirigentes do Sindicato que acompanhou a palestra, observou que o percentual de gastos do governo com a Previdência é bem menor do que o divulgado nos discursos oficiais.

A razão para essa diferença, disse Gilberto, é que o governo desconsidera os gastos com a dívida pública ao apresentar os números do orçamento. “Criaram a sacralização das obrigações financeiras do Estado”, alertou. “Não estou pregando o calote; estou dizendo que é preciso repensar essa questão.”

Tanto o diretor do Sindicato como o advogado Cesar Lignelli destacaram a importância de os servidores lutarem contra a reforma, inclusive com a participação na greve geral marcada pelas centrais sindicais para 14 de junho.

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