Pela terceira vez em 24 dias, haverá atos nos estados, articulados nacionalmente, contra a reforma da Previdência que o governo de Michel Temer (PMDB) tenta aprovar no Congresso Nacional. Devem acontecer manifestações provavelmente em todas as capitais do país e em dezenas de outras cidades, nesta sexta-feira (31).
O novo dia nacional de protestos está sendo convocado pelas centrais sindicais, frentes políticas, sindicatos, movimentos sociais e organizações de direitos humanos. Dessa vez, ganhou peso na pauta que será levada às ruas o combate à reforma Trabalhista e à tentativa de estender a terceirização a todos os postos de trabalho.
Faz poucos dias, projeto patrocinado pelo governo foi aprovado na Câmara dos Deputados estendendo a terceirização também para as atividades principais de uma empresa ou órgão público (atividade-fim). O movimento contrário à proposta ainda tenta derrubá-la. Seja pelo pouco provável veto do presidente Temer, seja por aprovação relâmpago de outro projeto de lei que revogue a decisão.
O ato unitário dessa sexta reúne a maioria das forças políticas e movimentos sociais e sindicais que estão contrários às mudanças restritivas à aposentadoria. A articulação da atividade, inicialmente restrita a alguns setores e com outras pautas, corrobora com a ideia de que teria ganhado corpo a compreensão de que é preciso somar forças nesse momento para enfrentar o governo. Algo, aliás, já evidenciado na reunião em que quase todas as centrais sindicais do país tiveram acordo em marcar a greve geral para 28 de abril, mesmo que evitando usar essa denominação na nota oficial enviada à imprensa.
Independentemente do resultado, a própria convocação da paralisação geral por 24 horas é iniciativa que não ocorre no país desde 1989. Porém nada está consolidado ao ponto de alimentar certezas além da constatação de que, mais do que algumas semanas atrás, a campanha contra as ‘reformas’ de Temer está viva e na briga. No entanto, para que tenha chances reais de vitória, as mobilizações, a greve e a unidade precisam mais do que serem mantidas. Precisam, efetivamente, serem construídas nos 28 dias que separam os protestos dessa sexta da paralisação geral convocada para abril.