Nota de falecimento: Renato Bottarini Modena, servidor do TRF-3


05/04/2021 - helio batista

Com pesar comunicamos o falecimento do servidor do TRF-3 Renato Bottarini Modena, aos 57 anos. Ele estava internado em UTI há algumas semanas e a causa da morte foi choque hipovolêmico.

Renato era servidor do Tribunal desde 2002, mesmo ano em que se filiou ao Sintrajud. Foi sepultado nesta segunda-feira, 5 de abril, no Cemitério Bosque da Paz, em Vargem Grande Paulista.

 

O ex-diretor do Sintrajud Claudio Klein, também servidor do TRF-3, escreveu o seguinte depoimento sobre o colega:

´Águia decolou, falcão pousou, Qap total, abraços a todos. ‘

Era dessa maneira que Renato postava suas mensagens nos grupos de trabalho do gabinete.

Usava gírias muito particulares para se comunicar: ‘fica sussa’, ‘fica tranks’, ‘relaxa’, ‘queima a roupa’“, ‘eu resolvo o bizu’, ‘tô na área’, ‘dei linha’.

Demorou um pouco pra gente aprender.

Sempre gentil e bem-humorado, como bom italiano falava alto e costumava encerrar uma frase sempre com uma sonora gargalhada.

Mesmo nas situações difíceis, não costumava se queixar da vida, no máximo emendava acontecimentos ou situações ruins com uma piada junto com um comentário fatalista.

Era assim quando ganhava uma multa ou quando falava de sua dor crônica das costas.

Foi um ótimo colega. Trabalhava bem. Sempre ficou muito tempo nos gabinetes por onde passou.

Das antigas, não usava Waze ou Google.

Desde a época da corregedoria, andava com mapas e guias de rua no porta-luvas. Costumava sempre fazer um ‘avançado’ pelo mapa, e tinha uma capacidade única de decorar ruas e trajetos. Era bom nisso.

Era bom também como amigo.

Já havíamos estreitado nossas conversas no refeitório. Por coincidência de horário, por anos almoçamos e lavamos nossos pratos juntos, onde pudemos trocar muitas ideias, enquanto ele devorava suas marmitas generosas cozinhadas em uma cozinha italiana.

Nesses anos falamos sobre a quantia ideal de água para diluir numa tinta látex para melhorar o rendimento.

Sobre que só quando a gente anda de bicicleta descobrimos o quanto pesa uma pequena inclinação do terreno. Do golpe da Dilma. De como é um saco limpar calhas de água.

Falamos dos chefes e dos juízes. Quase sempre mal, porque é isso que fazemos nos refeitórios comunitários.

E foi assim que soube que estava saindo de um gabinete e eu precisando de um parceiro.

Foi bom ter trabalhado com Renato.

E nesse ano triste, a sua partida, depois de tanto sofrimento deixa tudo mais triste.

Vai fazer falta o seu otimismo de vida.

‘A águia decolou e o falcão pousou’.

Qap total, Renato.

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