Mulheres denunciaram violência, fome e desemprego em ato “Bolsonaro nunca mais”


06/12/2021 - Shuellen Peixoto
Manifestações aconteceram em diversas cidades do país neste sábado, 4 de dezembro, e são parte das iniciativas para o próximo Dia Internacional de Luta das Mulheres.

Fotos: Gero Rodrigues

Em várias cidades do país foram realizadas manifestações de mulheres pelo impeachment do governo de Jair Bolsonaro no último sábado, 4 de dezembro. Os atos foram convocados pelos movimentos de mulheres e pela Campanha Nacional Fora Bolsonaro, para dar início à preparação da jornada de lutas e iniciativas para o próximo Dia Internacional de Luta das Mulheres – 8 de março. O Coletivo de Mulheres do Sintrajud – Mara Helena dos Reis subscreveu o manifesto nacional (leia aqui).

Em São Paulo, a manifestação aconteceu na Avenida Paulista, com concentração no Masp e caminhada até a Praça do Ciclista. Com intervenções culturais, cartazes e faixas, as manifestantes denunciaram a atual situação de crise e aumento da miséria, e relembraram que, em 29 de setembro de 2018, milhares de mulheres foram às ruas do país alertar sobre os riscos da eleição de Jair Bolsonaro para toda a população e para a parcela feminina em particular.

Passados três anos de governo, os alertas foram confirmados. O governo federal retirou do Plano Nacional de Segurança Pública, no país que ocupa o quinto lugar mundial no ranking de assassinatos de mulheres, o monitoramento de feminicídios. Além da redução no investimento de políticas de combate à violência contra mulher, a fome e o desemprego voltaram a assolar o país e a resposta tem sido cortes nos programas de assistência a população de baixa renda, em um país em que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, 38% dos lares são chefiados por mulheres.

Para Luciana Carneiro, diretora do Sindicato e integrante da coordenação do Coletivo de Mulheres do Sintrajud – Mara Helena dos Reis, o ato tem a importância de reunir as mulheres e impulsionar uma jornada de lutas para o dia 8 de março, denunciando a falta de políticas sociais e de combate às opressões. “Embora tenha sido um ato pequeno, tem um grande significado para luta das mulheres, nós temos protagonizado grandes atos desde 2018 porque já sabíamos que seria um governo de grandes ataques a classe trabalhadora e mulheres, e isso tem se confirmado”, afirmou Luciana.

A diretora destacou também a falta de políticas públicas e a redução dos serviços públicos prevista na ‘reforma’ administrativa (Proposta de Emenda Constitucional 32/2020) também afetam mais às mulheres, socialmente responsabilizadas pelos serviços domésticos e cuidados de familiares. “Somos nós, mulheres, que somos empurradas para fora do mercado de trabalho, porque não tem creche para garantir os cuidados com os filhos, que somos empurradas para pobreza e miséria, esse governo piorou a condição das mulheres neste país”, ressaltou Luciana Carneiro.

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