Movimentos protestam na Paulista contra medidas anti-indígenas


28/01/2019 - helio batista

Comunidades e organizações indígenas, com apoio de movimentos sociais, realizam no vão livre do Masp na próxima quinta-feira, 31 de janeiro, um ato contra as medidas tomadas pelo governo Bolsonaro que ameaçam as políticas socioambientais e os direitos dos povos originários. A manifestação começa às 16 horas e tem o apoio do Sintrajud.

Logo nos primeiros dias do governo, foram assinados os decretos que transferiram a Fundação Nacional do Índio (Funai) do Ministério da Justiça para o Ministério das Mulheres, da Família e dos Direitos Humanos, sob o comando da pastora Damares Alves.

Em seguida, a Funai foi esvaziada pela Medida Provisória (MP) 870/2019, que transferiu para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) as atribuições de identificar, delimitar e demarcar terras indígenas. O Mapa é comandado pela deputada Tereza Cristina da Costa (DEM), da bancada ruralista.

Desde a campanha eleitoral, Jair Bolsonaro (PSL) tem manifestado a intenção de reduzir as terras indígenas e as reservas ambientais.

“O governo brasileiro sinaliza a tendência de continuar cedendo aos desejos dos ruralistas”, diz, em nota, a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB). A entidade está convocando o ato da próxima quinta-feira como parte da campanha “Sangue Indígena: nenhuma gota a mais”, que busca mobilizar a sociedade pelos direitos indígenas.

“O desrespeito aos direitos constitucionais desses povos tangencia problemas como o desmatamento, invasão de áreas protegidas, trabalho escravo, extração ilegal de madeira, atividade mineratória, perda da biodiversidade, conflitos fundiários, violência e assassinatos no campo”, afirma a nota da APIB. ​Leia a íntegra aqui.

O desastre ambiental ocorrido em Brumadinho (MG) na última quinta-feira, 25, reforça a pauta do ato, na opinião da diretoria do Sintrajud. Até a conclusão deste texto já foram confirmadas 60 mortes, e pelo menos 292 pessoas ainda estavam desaparecidas, de acordo com reportagem divulgada pelo portal ‘G1’.

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