Servidores da JT fizeram uma manifestação com panfletagem no Fórum Trabalhista Ruy Barbosa na manhã desta quarta-feira, 15. O protesto foi parte do Dia Nacional de Mobilizações e Paralisações contra as Reformas da Previdência e Trabalhista, que já conta com manifestações em todo país.
Os servidores, que estão fazendo paralisação de 24h, conversaram com os usuários sobre os ataques propostos por Michel Temer aos direitos dos trabalhadores. “Com esta reforma da previdência, o governo está propondo que os trabalhadores só podem se aposentar a partir dos 65 e com 49 anos de contribuição, isso significa que as pessoas precisam começar a trabalhar aos 16 anos e nunca ficar desempregado, está não é a realidade dos trabalhadores brasileiros”, afirmou Marcus Vergne, servidor da JT e diretor de base do Sintrajud. “A expectativa de vida na periferia de São Paulo não chega aos 60 anos, Temer quer que a população trabalhe até morrer sem direito a aposentadoria”, concluiu Marcus.
Durante o ato, Inês Leal, diretora do Sintrajud e servidora da JT, lembrou que a cidade de São Paulo parou nesta quarta-feira, com greves de ônibus, metrô e diversas categorias. Para Inês, os protestos de hoje são um primeiro passo para construção de um movimento ainda maior dos trabalhadores. “São manifestações e greves em todo o país que contam com o apoio da população porque a verdade é que não é possível aguentar uma reforma da previdência como esta e nem o arrocho fiscal imposto a nós trabalhadores”, declarou. “Este é o primeiro passo, é preciso construir uma greve geral que pare a produção do país, que coloque nas ruas os trabalhadores para derrotar as reformas da previdência e trabalhista e colocar para fora Temer e todos os corruptos”, ressaltou.
Os servidores também fizeram o chamado para que a população participe do ato unificado que acontecerá na Avenida Paulista nesta quarta-feira, 15, às 16h, no vão do Masp. “Hoje os trabalhadores estão deixando um recado claro ao governo de que não vão aceitar estas reformas e ajuste fiscal que só retiram direitos, chamamos a todos para somar na manifestação de hoje a tarde na Paulista e fortalecer ainda mais esta mobilização”, afirmou Fabiano dos Santos, servidor da JT.
Dia de paralisação
O Dia Nacional de Mobilizações e Paralisações contra as Reformas da Previdência e Trabalhista começou com manifestações em todo o país. São Paulo, a maior cidade da América Latina, começou o dia sem metrô e ônibus, e com fechamentos de rua em vários pontos da cidade. Ainda pela manhã, movimentos sociais ocuparam o prédio da superintendência do INSS, no viaduto da Santa Ifigênia.
As manifestações contam com grande apoio da população. Em notícia publica do UOL a analista de sistemas Isabel Trajano, 47, que iria do Parque do Carmo à Paulista, disse entender o porquê da mobilização e apoiou. “Não acho viável ter que contribuir 49 anos para poder me aposentar. “Querem que eu apresente certidão de óbito para pleitear a aposentadoria?”, ironizou a trabalhadora.
Ainda hoje, às 16h, acontece a grande manifestação convocada pelas centrais e entidades sindicais contra a reforma da Previdência, no vão do MASP. A manifestação deve contar com a presença de trabalhadores de diversas categorias como metroviários, trabalhadores rodoviários de São Paulo, servidores do Correios, da USP, professores estaduais e municipais, químicos, metalúrgicos e servidores municipais.
Antes, às 14h, o comando de paralisação se reúne, enquanto os servidores se concentram com os demais trabalhadores do serviço público federal, em frente ao Pedro Lessa, para também entregar a carta aberta à população esclarecendo o que está em jogo e rebatendo as mentiras propagadas pelo governo sobre a reforma da Previdência.