JT Barueri decide parar 24 horas por obras no “Fórum Bola de Fogo”


21/02/2019 - helio batista

Servidores da JT Barueri e os diretores do Sintrajud Henrique Sales Costa e Gilberto Terra (ao centro) discutem iniciativas nesta quinta-feira, 21 de fevereiro.

Servidores do Fórum Trabalhista de Barueri decidiram nesta quinta-feira (21 de fevereiro) convocar os colegas para uma paralisação de 24 horas na próxima quarta-feira, 27, em protesto contra a postura da administração do TRT nas negociações sobre o problema da refrigeração no prédio – também conhecido como “Fórum Bola de Fogo”.

Os trabalhadores reivindicam maior transparência da administração quanto ao andamento das prometidas obras para possibilitar a instalação de um sistema de ar condicionado no edifício, inclusive com a apresentação de um cronograma. Após mais de um mês de reuniões e debates entre o Tribunal e os servidores, o Fórum sequer recebeu a visita de um engenheiro ou de um técnico, foi informado durante a assembleia.

O protesto da próxima semana também tem como alvo a exigência de reposição das horas não trabalhadas – condição imposta pela Administração para reduzir a jornada de trabalho até que o problema da refrigeração seja resolvido.

Os servidores querem ainda chamar a atenção para o fato de que as medidas paliativas adotadas pelo TRT para amenizar o problema não têm dado resultados. A colocação de aparelhos portáteis de ar condicionado, por exemplo, não diminuiu o calor nos ambientes, porque são insuficientes para dar conta dos espaços onde foram instalados. Alguns aparelhos, aliás, já nem estão funcionando.

Mais de 34 graus

Funcionando em um prédio alugado, o Fórum de Barueri foi inaugurado em maio de 2016 e dois meses depois começou a apresentar problemas no sistema de ar condicionado. Desde então, os servidores sofrem com o calor do edifício. Com os recordes de temperatura deste verão, termômetros chegaram a passar dos 34 graus.

Os servidores já realizaram neste ano quatro assembleias, um ato de protesto e duas reuniões com a Administração do TRT, sempre com a participação do Sintrajud, a fim de cobrar uma solução definitiva para o problema, mas até agora não houve resultado prático.

Eles propuseram à presidente do Tribunal, desembargadora Rilma Aparecida Hemetério, a redução da jornada de trabalho para cinco horas diárias, das 8h às 13h (evitando o período da tarde, que é mais quente). A desembargadora, no entanto, exigiu a futura compensação das horas não trabalhadas e a manutenção do atendimento ao público até às 18 horas, com um plantão de pelo menos um servidor por vara.

Terceirizados

A compensação das horas foi rejeitada em assembleia no início de fevereiro, quando os servidores enfatizaram que não podem ser penalizados, já que cabe ao Tribunal oferecer condições adequadas de trabalho.

Porém, ao se reunir com diretores do Sintrajud na última terça-feira, a desembargadora se manteve irredutível. Ela informou que as obras no Fórum devem terminar até 23 de abril e pediu que sejam denunciados eventuais descumprimentos de medidas exigidas da proprietária do edifício.

Enquanto isso, uma mudança causou ainda mais indignação entre os servidores: a sala de audiências de uma das varas foi transferida para um espaço antes ocupado por trabalhadores terceirizados no mezanino, que conta com ar condicionado. Esses trabalhadores, por sua vez, foram deslocados para um local mais abafado, até sem janelas.

Com críticas à intransigência da administração, os servidores voltaram a se reunir no saguão do Fórum nesta quinta-feira. Além da paralisação de 24 horas na próxima quarta, eles pretendem distribuir uma carta ao público explicando os motivos do protesto e buscar o apoio de entidades que representam magistrados e advogados (Amatra-2, AATSP e OAB). No dia da paralisação, haverá nova assembleia no Fórum, às 11 horas.

Os diretores do Sintrajud Henrique Sales Costa e Gilberto Terra, que conduziram a assembleia de hoje, garantiram que o Sindicato também vai pressionar a administração do Tribunal pelo cumprimento do prazo para a conclusão das obras.

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