Impacto da “Nova previdência” é denunciado em audiência na Câmara de Praia Grande


09/08/2019 - helio batista

Os reflexos da “reforma” da Previdência na vida dos trabalhadores serão sentidos por muito tempo e devem continuar a ser denunciados mesmo se o projeto do governo Bolsonaro passar pelo Senado. Essa foi uma das conclusões a que chegaram os participantes de audiência pública realizada nesta quinta-feira, 7 de agosto, na Câmara Municipal de Praia Grande.

O evento foi organizado pelo Fórum de Defesa das Aposentadorias, que reúne trabalhadores de diversas categorias na Baixada Santista e tem núcleos em cada um dos municípios da região.

A subsede do Sintrajud na Baixada participa do Fórum e esteve representada na audiência pela servidora aposentada da JT Cubatão Lynira Sardinha, coordenadora do Sindicato, e pelo advogado e sociólogo Cesar Lignelli, coordenador jurídico do Sintrajud. Trabalhadores do Judiciário Federal na Baixada Santista, ativos e aposentados, também compareceram à audiência.

A realização da audiência foi encaminhada pelo vereador Leandro Avelino (PSB), o único dos parlamentares de Praia Grande a participar do evento.

Além de Lynira e Cesar, que explicaram os prejuízos causados pela reforma às aposentadorias e pensões, outro palestrante foi o professor e assistente social Diogo Sampaio, membro da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito.

 “Contra os trabalhadores”

Cesar Lignelli desmentiu os argumentos apresentados pelo governo para justificar a reforma e detalhou o impacto da “Nova previdência” sobre os trabalhadores, especialmente os mais pobres.

“Ainda que tenhamos sido derrotados na Câmara dos Deputados e ainda que a luta não seja fácil, temos de aproveitar todos os momentos para denunciar a ganância desse setor [financeiro] e denunciar que vão ganhar muito dinheiro à custa das nossas vidas”, afirmou o advogado.

A coordenadora Lynira Sardinha destacou os efeitos da reforma na vida das mulheres, lembrando que elas recebem menos do que os homens no mercado de trabalho e que sofrem com as múltiplas jornadas (tendo de dar conta dos serviços domésticos) e com a violência. Ela também criticou os deputados federais Rosana Valle (PSB) e Júnior Bozzela (PSL), de Santos, que votaram a favor da reforma.

“Quem vota contra os trabalhadores não pode ter assento em nenhuma casa legislativa”, defendeu Lynira. A servidora aposentada lembrou que outros deputados da região, que votaram contra a classe trabalhadora na reforma trabalhista, por exemplo, não conseguiram se reeleger. “Fizemos o enfrentamento [dos deputados] na Frente Sindical Classista, de onde saíram os Fóruns de Defesa das Aposentadorias”, recordou.

Como integrante da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito, o professor Diogo Sampaio reconheceu que o bolsonarismo ainda tem o apoio de grande parte dos evangélicos, mas ressaltou que muitos outros discordam frontalmente do governo.

Ele defendeu uma reorganização da esquerda para combater as políticas em curso, como a reforma da Previdência. “Se não criarmos uma alternativa, o povo brasileiro vai assistir pela TV e pelo WhatsApp ao desmonte da Previdência”, previu. “Precisamos ampliar a resistência e fortalecer a luta.”

TALVEZ VOCÊ GOSTE TAMBÉM