Guarda quebra perna de professora com chute no ato contra PEC 287 no Rio


22/03/2017 - Shuellen Peixoto

Momento em que os guardas municipais agridem a professora Foto: Luiz Fernando

Uma professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro teve a perna quebrada ao ser agredida por guardas da Prefeitura da capital fluminense, durante os protestos contra a ‘reforma’ da Previdência de 15 de março. A violência contra a docente da Uerj gerou reações de revolta nas redes sociais.

 A manifestação que reuniu dezenas de milhares de pessoas, na tarde da quarta-feira (15), acabou reprimida com violência ao final por policiais do Batalhão de Choque e da Guarda Municipal – subordinados, respectivamente, ao governador Luiz Fernando Pezão e ao prefeito Marcelo Crivella.

 Muitas bombas de efeito moral e de gás lacrimogêneo foram atiradas pela PM e pela Guarda contra manifestantes. Sete delas dentro das dependências da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) no Largo de São Francisco de Paulo, que abriga o Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (Ifcs) e o Instituto de História (IH). O ato foi repudiado em nota pelos dois institutos.

O ataque à professora Monica Lima, que é índia e ativista da Aldeia Maracanã, ocorreu próximo à Central do Brasil, à noite, quando o ato se dispersava. A docente sofreu quatro fraturas na perna direita, na altura do tornozelo. As lesões teriam sido decorrentes de um chute dado por um policial municipal contra a mulher. Ela está internada no Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio, e aguardava para ser operada. Fotógrafos registraram o momento da agressão.

Amigos e ativistas da professora estiveram no hospital, principal emergência da rede municipal pública no Rio, e relataram o estado da vítima em postagens nas redes sociais. “O chute covarde de coturno por trás, sem possibilidade de defesa, desse valentão que agride mulheres, fraturou apenas os ossos, não houve hemorragia ou qualquer complicação mais grave. Ela ainda tem algumas marcas roxas, o braço direito está inchado”, escreveu Tiko Arawak, que disse ainda que Mônica foi também agredida com “socos e cacetadas estando no chão”.

As manifestações de 15 de março, ocorridas em provavelmente todas as capitais do país e em outras cidades, reuniram centenas de milhares de pessoas. Os atos foram convocados por todas as centrais sindicais, frentes políticas, sindicatos, movimentos sociais e organizações da juventude. Constituíram-se nos maiores protestos desde a posse do presidente Michel Temer (PMDB), que enviou ao Congresso Nacional a proposta de emenda constitucional que retira direitos previdenciários. Ele foi o alvo central das manifestações. A frase “Fora Temer” esteve inscrita em faixas, cartazes e adesivos e foi a mais presente nos atos.

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