Greve geral na Argentina será nesta quinta-feira, 6


05/04/2017 - Shuellen Peixoto

As principais centrais sindicais argentinas convocaram para esta quinta-feira, 6 de abril, uma greve geral no país, num cenário de alto desemprego, inflação elevada e política econômica de cortes nos salários do funcionalismo e nos benefícios sociais. O protesto dos trabalhadores no país vizinho acontecerá três semanas antes da greve geral no Brasil contra as reformas da Previdência e trabalhista, marcada para 28 de abril.

A Argentina tem sido sacudida nos últimos meses por protestos, principalmente de desempregados e de professores da rede pública, presos a uma arrastada negociação salarial. As principais avenidas e acessos a Buenos Aires são interrompidas diariamente por piquetes.

O governo do presidente Maurício Macri impôs um teto de 18% no reajuste salarial dos professores da província de Buenos Aires.

Para neutralizar as centrais sindicais peronistas, o governo liberou fundos aos convênios médicos controlados pelos sindicatos e assinou um pacto com as empresas, a fim de paralisar as demissões durante janeiro e fevereiro. No entanto, a CGT, maior central do país, denunciou que o pacto não foi cumprido.

Pressão das bases

O desemprego na Argentina caiu de 9,3% para 7,6% no último trimestre do ano passado, mas as pesquisas mostram que grande parte da queda se deve à desistência de muitos argentinos de procurar um emprego formal. A inflação chegou a 41% em 2016 e mais de 13 milhões de pessoas estavam na condição de pobreza, segundo pesquisa da Universidad Catolica Argentina.

Os sindicatos pedem mudança na política econômica. “Queremos que o plano econômico inclua todo mundo e por isso vamos parar no dia 6 de abril por 24 horas”, afirmou Héctor Daer, um dos líderes da CGT, ao jornal El País.

A convocação da greve, porém, só saiu após pressão das bases, já que a direção da CGT preferia apostar na continuidade do diálogo com o governo. Em uma manifestação no dia 7 de março, os líderes da CGT chegaram a ser apedrejados por grupos que exigiam a definição de uma data para a greve.

 

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