Governo pressiona “indecisos” para votar reforma da Previdência


09/02/2018 - helio batista

O governo e sua base de apoio no Congresso estão longe de “jogar a toalha” com relação à reforma da Previdência e podem votar a proposta quando menos os servidores esperarem. Essa é a avaliação da oficial de justiça aposentada Ester Nogueira de Faria (foto), diretora do Sintrajud, que nesta semana visitou os escritórios políticos de sete deputados federais paulistas para apresentar a posição da categoria contra a reforma.

“Eu me baseei numa relação de deputados que se declararam ou eram reconhecidos como indecisos, mas não é bem assim…”, contou a diretora, que foi servidora da Justiça Federal. “Os ‘indecisos’ não declaram voto, mas sabem que, se não votarem com o governo, seus projetos não vão avançar na Câmara e eles não vão conseguir viabilizar outros interesses”, afirmou.

Segundo Ester, o comprometimento dos deputados com o governo ficou explícito nas declarações de alguns assessores. A servidora não conseguiu falar pessoalmente com os deputados, mas abordou assessores parlamentares e de imprensa, além de secretárias. “Alguns pediram mais detalhes sobre por que defendemos que a Previdência não é deficitária”, disse Ester.

“É importante a mobilização contra a reforma porque precisamos mostrar que estamos coesos”, observou a diretora do Sintrajud. “Os deputados estão mais preocupados, num primeiro momento, com seus eleitores; eles precisam sentir que terão um prejuízo se votarem contra a população.”

Os oficiais de justiça Marcos Trombeta e Cláudia Faissola, da Justiça Federal, também participaram das visitas aos escritórios políticos. Para Ester, os servidores devem reforçar esse trabalho procurando os deputados mais próximos para cobrar um posicionamento contra a reforma.

A data limite indicada pelo governo para votar a PEC 287-A foi estendida a 28 de fevereiro. Do outro lado dessa disputa, sindicatos e movimentos sociais mantêm a convocação dos atos previstos para o dia 19.

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