O presidente do TRE, desembargador Mário Devienne Ferraz, não se pronunciou sobre a reportagem publicada na última segunda-feira (13) pela Folha de S. Paulo, segundo a qual ele viajou em um terço dos seus dias de trabalho (sem considerar o recesso do Judiciário).
De acordo com a reportagem, um levantamento feito pelo jornal com informações do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e do Diário Oficial mostrou que entre janeiro e a primeira semana de novembro o desembargador esteve fora da capital durante 63 dias úteis. A Folha apurou ainda que, sem contar os gastos com acompanhantes, as viagens de Devienne custaram R$ 48 mil. “Com os auxiliares, o valor de janeiro a novembro sobe para mais de R$ 100 mil”, diz a reportagem.
Questionado pelo repórter da Folha, Devienne justificou suas viagens com o fato de que também é diretor da Escola Judiciária Eleitoral Paulista, representante da Região Sudeste no Colégio de Dirigentes das Escolas Judiciárias Eleitorais e presidente do Colégio de Presidentes dos Tribunais Eleitorais. Alegou também que seu trabalho no TRE está em dia e que aproveita as viagens para tratar de assuntos de interesse da Justiça Eleitoral.
O fato é que o desembargador Mário Devienne Ferraz está perto de encerrar sua gestão à frente do TRE e os dois anos de sua presidência serão também marcados pela falta de diálogo com a categoria. Talvez em razão da agenda de viagens, nesse período ele quase nunca recebeu representantes do Sintrajud para discutir o reajuste dos benefícios sociais ou a extinção de zonas eleitorais, entre outras pautas. O Tribunal anunciou que pretende implementar a extinção de mais de 30 zonas eleitorais a partir de 1º de dezembro, para atender ao rezoneamento imposto pelo TSE.
Recentemente, o presidente chegou a emitir comunicado afirmando estar “proibida” a realização de assembleias no saguão do prédio sede, contrariando o bom senso e os direitos dos servidores, entre eles o de se organizarem em seu local de trabalho.