Fazer dos dias 8 e 15 de março datas de grandes manifestações no país pela rejeição integral da reforma da Previdência, que tramita na Câmara dos Deputados. É o que defenderam e aprovaram os servidores que participaram da reunião ampliada da Fenajufe neste domingo (19), em Brasília.
A proposta é que se participe das manifestações de 8 de março, Dia Internacional das Mulheres, que terá como foco no Brasil a defesa de direitos e a rejeição às reformas, e se convoque uma paralisação de 24 horas para o dia 15, data em que outros setores da classe trabalhadora, como os servidores da educação, já decidiram parar.
Em São Paulo, os servidores já aprovaram a realização de atos e assembleias setoriais nos locais de trabalho no dia 8, além da assembleia geral. Nesse mesmo dia, haverá uma paralisação de 3 horas, até para possibilitar que os servidores participem da manifestação a ser convocada por centrais sindicais, sindicatos e movimentos populares para a Avenida Paulista.
Greve geral
Aos gritos em coro de “Fora Temer”, os participantes da reunião ampliada aprovaram por unanimidade um calendário de mobilização que prevê trabalhar para a construção de uma greve geral que paralise o país e expresse a insatisfação popular com as “reformas” previdenciária e trabalhista, que o presidente Michel Temer tenta aprovar a passos largos no Congresso Nacional.
Os dois primeiros dias de protestos em março devem ser encaminhados pelos sindicatos nos estados. Assim como a realização de debates e outras atividades que convoquem a categoria a se engajar na campanha contra uma reforma que, no seminário realizado na véspera, foi classificada como o desmonte da Previdência Social e o fim do direito à aposentadoria para a maioria dos trabalhadores.
Como parte da campanha – que deve ser desenvolvida em conjunto com o Fórum dos Federais (Fonasefe) e busca aglutinar uma ampla participação de entidades civis e centrais sindicais – os servidores apontaram ainda a participação nas caravanas a Brasília que estão sendo convocadas para os dias 28 de março e 6 de abril. Nessas duas datas o governo pretende votar no plenário da Câmara dos Deputados o relatório da PEC 287, respectivamente em primeiro e segundo turnos.
As atividades, no entanto, podem ter as datas redefinidas por alterações no cronograma de votações da Câmara. Essa previsão acelerada de votações é o ritmo que o Planalto tenta imprimir à tramitação da proposta de emenda constitucional, mas não é a toada que o movimento contra a reforma deseja, já que demonstraria maior controle do governo sobre a sua base parlamentar.
Campanha unificada
A segunda reunião ampliada do ano foi convocada para 8 de abril, com o objetivo de “casar” o fórum de deliberações nacionais da categoria com o segundo protesto em Brasília. Mas, também nesse caso, foi dada à direção da Fenajufe a prerrogativa de readequar o dia conforme a tramitação da PEC na Câmara dos Deputados.
Como parte da articulação do movimento de luta no qual os trabalhadores dos serviços públicos federais atuem de forma coesa, será lançada, nesta quarta-feira (22), na capital federal, a Campanha Salarial Unificada de 2017, quando a pauta geral de reivindicações será protocolada em todos os Poderes da República. O eixo central da campanha é derrotar as reformas da Previdência e das leis trabalhistas.
Calendário de mobilização aprovado
22 de fevereiro: Lançamento da campanha salarial unificada do funcionalismo federal, com a pauta sendo protocolada nos três poderes, em Brasília.
8 de março – Participação nos atos e atividades do Dia Internacional de Luta das Mulheres, na perspectiva de construção da greve geral.
15 de março: Dia nacional de paralisação e mobilização contra a reforma da Previdência em todos os estados – rumo à greve geral.
28 de março: Caravanas a Brasília, por conta da possível votação da PEC 287 em primeiro turno – a data pode ser alterada pela direção da Fenajufe se houver mudanças no calendário de votações na Câmara.
6 de abril: Caravana a Brasília, quando o governo pretende votar a proposta em segundo turno – a data também pode ser alterada, a depender das votações na Câmara.
8 de abril: Reunião ampliada da Fenajufe.
– Seminário sobre as reformas da Previdência e Trabalhista – direito das mulheres e ataque ao direito de greve – com data a ser definida pela direção da Fenajufe.