Em live, economista defende medidas de preservação de isolamento social para diminuir efeitos da crise


30/06/2020 - Shuellen Peixoto
Washington Moura, assessor do Sintrajud, participou da transmissão online que aconteceu na última segunda-feira, 29 de junho.

A pandemia de coronavírus, que já vitimou milhões de pessoas, também potencializou a crise econômica no mundo inteiro. As perspectivas quanto ao cenário econômico e a manutenção dos direitos foram debatidos na live que aconteceu nesta segunda-feira, 29 de junho. A transmissão online teve a presença do economista Washington Moura, assessor econômico do Sintrajud, além das diretoras Inês Leal e Luciana Carneiro.

Durante a live, o economista destacou que a crise econômica começou muito antes da pandemia e tem sido agrava pelas escolhas dos governos de financiar os grandes empresários e banqueiros, enquanto retiram direitos dos trabalhadores. “De 2016 até agora, o Brasil teve resultado negativo de 0,10% no PIB, aumento do desemprego, o dólar não parou de subir, bolsa caindo, além da fuga de capitais, porque mesmo antes da covid-19 os especuladores já demonstravam uma desconfiança no país”, afirmou Washington.

O economista explica que a escalada na retirada de direitos, embora seja a opção na maioria dos países, aprofunda a crise econômica, na medida em que diminui o mercado consumidor. “A proposta dos governos e empresários para recessão antes da pandemia foram medidas que atacaram os trabalhadores, como as ‘reformas’ da previdência e trabalhista, terceirização, privatizações e congelamento dos gastos públicos. No entanto, nenhuma delas resolveu nada, pelo contrário, jogou gasolina na crise”, destacou o economista.

Para Washington, a crise sanitária no Brasil e a falta de medidas concretas para o seu enfrentamento tornam os efeitos da crise na economia ainda mais desastrosos. Segundo o economista, o país tem condições para garantir o isolamento social da maioria da população, mas opta por não faze-lo. “Somente de socorro aos bancos, o governo destinou ainda no início da pandemia, R$ 1,2 trilhões, enquanto para os trabalhadores a principal medida foi o auxílio emergencial, com R$ 600 ao longo de três meses. Isso representou  cerca de R$ 82 milhões, uma quantia bem menor do que foi destinado aos bancos”, ressaltou o economista. “Os recursos existem para ser utilizados para salvar o povo e a economia, mas quando são utilizados vão para as grandes empresas”, concluiu Washington.

A diretoria do Sintrajud ainda ressalta que não houve qualquer diminuição nos juros ou mesmo facilidades para concessão de empréstimos para os pequenos e médios empresários, o que demonstra que o socorro governamental serviu apenas para garantir os lucros dos bancos. “Mais uma vez os bancos foram socorridos e o capital produtivo mais uma vez foi relegado, novamente a população recebe sobre seus ombros o preço de uma crise que não foi criada por nós, trabalhadores, e sim pela irresponsabilidade deste governo, que se nega a dar condições para a população fazer um isolamento social de fato”, afirmou Luciana Carneiro, diretora do Sintrajud.

Para Inês Leal, debater o tema no momento em que os governos reabrem a economia é importante para entender que há condições concretas para garantir o isolamento social e combater a pandemia. “Todo dia alguém martelando na televisão, seja o Bolsonaro dizendo que não tem dinheiro para manter o auxílio emergencial ou Rodrigo Maia defendendo a redução do salário de servidores, uma série de discussões que a gente sabe que não é rea. Sabemos que há recursos, a questão é que a linha do governo é sacrificar os trabalhadores. Agora, com essa reabertura irresponsável que pode resultar em números de mortes exponencialmente maiores”, destacou.

Esta foi a 32ª live do Sintrajud desde o início do isolamento social para evitar a disseminação do coronavírus. As transmissões foram adotadas pela diretoria para debater os temas de interesse da categoria e manter o diálogo. Todos os vídeos estão disponíveis para consulta no Facebook e no YouTube do Sindicato.

A próxima live acontece nesta quinta-feira, 02 de junho, às 11h, com um bate-papo entre servidores do TRE sobre a “campanha de mobilização pela vida”, em defesa da saúde de quem trabalha para organizar as eleições municipais e dos próprios eleitores.  A campanha tem o objetivo de mostrar à população e para o Tribunal Superior Eleitoral a necessidade de suspender o calendário das eleições até que o país tenha controlado a pandemia.

Veja a íntegra da transmissão de segunda-feira aqui:

 

 

TALVEZ VOCÊ GOSTE TAMBÉM