A dirigente do Sintrajud Isabella Leal participou nesta semana (27 de agosto) do lançamento do Núcleo de Resistência às Opressões do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal em Minas Gerais (Sitraemg). Na oportunidade, a diretora destacou que é importante avançar nas discussões em torno das reivindicações dos servidores contra as diversas formas de opressão.
Além da Isabella, também fizeram parte da mesa os coordenadores do Sitraemg Alessandra Matias Barbosa e Wagner Melo Franco, a coordenadora do Coletivo de Mulheres do Sintrajud Mara Helena dos Reis e da Fenajufe Luciana Carneiro, a presidente da associação étnica Dandara Arlete Maria dos Santos, o dirigente do Sisejufe-RJ Ricardo de Azevedo Soares. O evento, realizado de forma híbrida, contou com a participação presencial, em Belo Horizonte, e com transmissão on-line.
Para a diretora do Sitraemg, Alessandra Matias Barbosa, a iniciativa surge como uma resposta às demandas dos servidores por um espaço em que as suas vozes possam ser ouvidas e suas necessidades atendidas. Nesse sentido, a criação do núcleo é um passo significativo na busca por justiça dentro do serviço público.
À mesa do lançamento, a dirigente do Sintrajud Isabella Leal, lembrou que há pouco mais de dois meses foi criado no Sindicato o Núcleo de Servidoras e Servidores com Deficiência. “O espaço formado por servidores com deficiência do PJU, tem por objetivo identificar as condições de trabalho desse segmento, os casos de assédio moral e capacitismo, para avançar nas discussões em torno das reivindicações da categoria”, disse ela, que coordena as atividades do núcleo.
Citou ainda o caso de ‘Johnny’, que ganhou destaque na imprensa nacionalmente e que o Sintrajud tem acompanhado. O servidor foi vítima de capacitismo (discriminação à pessoa com deficiência) em face do juiz-auxiliar da Presidência do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, Paulo Arena Filho. Para a dirigente, temos testemunhado o aumento do diagnóstico de servidores com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e os Tribunais negando o reconhecimento do transtorno.
“É importante que compreendamos essa luta e façamos o debate”, defendeu. Além disso, destacou a dirigente, é preciso que tenhamos atitudes anticapacitistas, colocando-nos a favor dos servidores e das servidoras com deficiência. “Fico feliz que esse debate esteja sendo pautado nos sindicatos, que são um meio para fazer a luta, e essa não se faz só”, finalizou, agradecendo a oportunidade.
Outra que também discutiu o tema sobre as opressões durante a atividade, com participação on-line, foi Luciana Carneiro, representante do Coletivo de Mulheres do Sintrajud Mara Helena dos Reis. Ela, que está na coordenação da Fenajufe, alertou sobre a recente aprovação pela Câmara dos Deputados de um projeto que reduz o financiamento de campanhas para candidatos pretos e mulheres.
Num cenário político dominado pela extrema-direita, direitos historicamente conquistados estão sob ameaça. “Se hoje temos a garantia de candidaturas de mulheres, é graças à nossa luta ao longo do tempo”, apontou. Luciana enfatizou que as pautas das mulheres da classe trabalhadora precisam estar no centro das discussões, reiterando a importância da solidariedade e da inclusão do feminismo no debate sindical.
As demais participantes presentes à mesa salientaram a importância de fortalecer a voz daqueles e daquelas que historicamente foram silenciados e de garantir a transformação para uma sociedade mais inclusiva. O lançamento do Núcleo de Resistência às Opressões do Sitraemg ocorreu no dia 27 de agosto.