Diretora Anna Karenina debateu a luta contra a violência machista em live da Fenajufe


26/11/2021 - Shuellen Peixoto
Atividade aconteceu nesta quinta-feira, 25 de novembro, e contou com a participação de diretoras de outros sindicatos da categoria e marcou o dia de combate à violência de gênero.

A diretora do Sintrajud Anna Karenina, servidora da JF/Presidente Prudente, participou da live Fenajufe e os Sindicatos pela eliminação da violência contra as mulheres, que aconteceu nesta quinta-feira, 25 de novembro, com transmissão pelo YouTube e Facebook da Federação. A live marcou o “Dia Internacional de Luta pelo fim da violência contra a mulher”, data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) com o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a responsabilidade de todos para eliminar as violências baseadas nas desigualdades de gênero.

A transmissão aconteceu em formato de roda de conversa e contou com a participação de dirigentes de sindicatos dos servidores do Judiciário Federal e MPU de todo o país. Além da diretora do Sintrajud, Anna Karenina, estiveram na live Anny Rodrigues Figueiredo, do Sisejufe/RJ; Daniela Villas Boas Westfahl, do Sindiquinze, Maria Madalena Nunes, do Sintrajufe/PI; Marisa Campos Tomaz, do  Sitraemg/MG; e Zeneide Andrade de Alencar, do Sindjufe/MS;  além das coordenadoras da Fenajufe Elcimara Souza, Juscileide Rondon e Lucena Pacheco, e de Joana D’Arc, jornalista da Federação.

As servidoras conversaram sobre a importância de espaços de debates públicos com mulheres, para avançar na conscientização sobre o reconhecimento das manifestações de machismo (que não se resume à violência física ou psicológica). Além de reforçar que a tarefa de enfrentar todas as formas de opressão é também dos homens, que se beneficiam desse sistema de opressão mas também são condicionados a ter comportamentos reconhecidos pelo senso como masculinos que desumanizam os próprios homens.

“A cultura do machismo e o comportamento opressor começa desde cedo, e vai sendo reforçado ao longo da nossa vida, na infância e adolescência, pelos desenhos animados e brincadeira que colocam sempre as meninas como objeto frágil e os meninos como aqueles que podem desbravar o mundo”, afirmou Anna Karenina. “Debater e entender de onde vem essa cultura machista, que nos violenta diariamente, é essencial para combatê-la”, concluiu Anna.

Durante a roda de conversa, as servidoras lembraram que o Brasil ainda ocupa o quinto lugar no ranking mundial de mortes de mulheres motivadas pelo machismo — os feminicídios. Segundo a pesquisa do Instituto Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), em 2021 uma em cada quatro mulheres com mais de 16 anos sofreu algum tipo de violência doméstica no país. Na maioria dos casos, o agressor é o vizinho, pai, irmão, padrasto ou algum conhecido.

Para Maria Madalena, do Sintrajufe/PI, o combate à cultura machista precisa ser feito cotidianamente, inclusive nos espaços sindicais. “A violência de gênero pode acontecer do nosso lado, está presente também nos espaços que construímos e no nosso dia a dia. Cada vez que silenciamos uma companheira durante um debate, por exemplo. Por isso temos que fazer deste debate uma constante nas nossas vidas”, destacou. “Nosso corpo dentro dessa estrutura machista é negado, colocado como invisível, reafirmamos como as reformas escancaram o projeto, precisamos cada vez mais lutar para derrubar esse governo, que está destruindo o pouco que conquistamos na Constituição”, disse Madalena.

Outro aspecto debatido durante a transmissão foi o impacto das “reformas” neoliberais que vêm sendo aprovadas e que retiram direitos dos trabalhadores e penalizam ainda mais as mulheres. “Temos visto o aprofundamento de uma crise econômica, social e sanitária e, como sempre acontece no capitalismo, são os setores oprimidos que são mais explorados. É neste contexto que o governo atual tenta aprovar uma ‘reforma’ administrativa que impacta diretamente nos serviços públicos e, infelizmente, sabemos que são as mulheres da classe trabalhadora as mais afetadas que seguirão a procura de uma creche e caindo no desemprego sem ter com que deixar seus filhos”, afirmou Elcimara Souza, coordenadora da Fenajufe.

Ao final do debate, a diretora do Sintrajud Anna Karenina, convidou todas e todos os colegas que estavam assistindo ao debate para participar do seminário “O que são violência de gênero e quais suas origens?”, promovido pelo Coletivo de Mulheres do Sindicato, que acontece neste sábado, 27 de novembro, às 14h, via plataforma Zoom (veja aqui).

Veja na íntegra a live da Fenajufe:

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