Dia de Luta das Mulheres: Sintrajud convoca para 8 de março contra fome, machismo e golpismo


03/03/2023 - Niara
Coletivo de Mulheres do Sindicato pede prisão para o juiz Marcos Scalercio por assédio no TRT-2

Para marcar o Dia Internacional de Luta das Mulheres, o Sintrajud e o Coletivo de Mulheres – Mara Helena dos Reis participam do ato “Mulheres nas Ruas em Defesa da Democracia”, que acontecerá na quarta-feira, 8 de março, a partir das 17h, no vão livre do Masp.

A luta contra a fome, por direitos trabalhistas, punição aos golpistas e racistas e pela legalização do aborto são os motes do protesto deste ano.

O Coletivo de Mulheres do Sindicato levará faixa pedindo prisão para Marcos Scalercio e apoio às dezenas de vítimas de denúncias de assédio que pairam sobre o magistrado do TRT-2.

Assim que as denúncias vieram a público, o Sintrajud, em parceria com o Sindicato dos Advogados e o Movimento Me Too, pressionou pelo afastamento imediato do magistrado. Em setembro de 2022, as entidades entregaram denúncias contra o juiz à ouvidora do TRT-2 Rosana Buono. Na ocasião, o Tribunal já havia arquivado um processo sobre outros casos envolvendo o mesmo magistrado.

A diretoria do Sintrajud rejeita o uso de aposentadoria compulsória como ‘punição’ e ressalta que o direito ao trabalho sem assédio é uma campanha permanente do Sindicato e do Coletivo de Mulheres. Acesse aqui a cartilha “Assédio sexual: a culpa nunca é da vítima”. https://www.sintrajud.org.br/cartilha-assedio-sexual-a-culpa-nunca-e-da-vitima/

Unificação da classe

A diretora do Sintrajud Luciana Carneiro, integrante do Coletivo de Mulheres, convoca a categoria a aderir ao protesto da próxima quarta-feira, ressaltando a importância da luta das mulheres na conquista e preservação de direitos sociais. “A manifestação das mulheres abre oficialmente o calendário de lutas da classe trabalhadora”, afirma Luciana.

Ela observa que as mulheres, além de serem vítimas da violência machista e misógina, figuram como vítimas da fome e da desigualdade econômica – especialmente as mulheres negras. “É fundamental a participação das mulheres da categoria, em um ato que unifique toda a classe”, observa. “Temos 33 milhões de pessoas em situação de insegurança alimentar. Essa pauta precisa unificar a sociedade nacional.”

Servidora do TRF-3, a dirigente também destaca a relevância das manifestações feministas contra retrocessos nos direitos das mulheres. Luciana lembra que, em 2018, as mulheres protagonizaram enorme resistência ao então candidato a presidente Jair Bolsonaro, com gigantescos atos de rua; manifestações que denunciavam o que poderia ocorrer nos quatro anos seguintes, no que diz respeito a ataques às mulheres e meninas.

“Desde 2018 alertamos para o que aconteceria com a vitória de Bolsonaro, um governo genocida, machista, racista, xenófobo e sexista”, aponta. “As mulheres foram duramente atacadas durante esse governo, que teve Damares Alves como Ministra da Mulher, com a imposição de valores religiosos e suas pautas ao conjunto das mulheres”.

Resgate histórico

Já no sábado, dia 11, o Sindicato recebe a categoria em sua sede para um debate que visa resgatar o sentido histórico do 8 de março. Com as palestrantes Tabata Berg, doutora em Sociologia, e Marisa Mendes, secretária de Assuntos da Situação da Mulher do Sindicato dos Metroviários de São Paulo e integrante do Movimento Mulheres em Luta.

O debate começa às 14h e será aberto à participação pela internet. Quem comparecer ao Sindicato poderá participar também do coquetel, ao fim da atividade.

TALVEZ VOCÊ GOSTE TAMBÉM