Debate reforça a importância da garantia e do acesso às políticas públicas às pessoas com deficiência


07/11/2024 - Giselle Pereira
Tema foi abordado pelo psicólogo Weverton Fonseca; Sintrajud destaca luta contra o capacitismo nos tribunais e a defesa da categoria..

O Núcleo de Servidores/as com Deficiência do Sintrajud, em reunião virtual, debateu os impactos sociais na saúde mental das pessoas com deficiência. A atividade, que reuniu servidores do PJU, dirigentes sindicais de outros estados e da Fenajufe, contou com a participação do psicólogo e integrante do Quilombo PcD Weverton Fonseca. O encontro foi mediada pela diretora Isabella Leal, coordenadora do núcleo. 

Ingressar no mercado de trabalho ou mesmo na universidade ainda são desafios para pessoas com deficiência. A não inserção afeta diretamente a saúde mental das pessoas que vivem com essa condição, gerando uma intensificação do isolamento e depressão. O assunto foi abordado pelo psicólogo Weverton Fonseca, em reunião no dia 5 de novembro. 

Para abrir a explanação, conceituou a saúde mental como a forma que uma pessoa lida com as exigências da vida sem isso atinja significativamente a sua produtividade, ideais e emoções. A “produção de vida”, portanto, é central na visão do profissional, que também lembrou que os conflitos vão existir, mas o que diferencia é como lidamos cotidianamente com eles. 

Apesar de estarem presentes em toda a história da humanidade, as pessoas com deficiência foram tratadas de diferentes maneiras ao longo do tempo, geralmente como “coisas indesejadas”. Ele recordou que no Brasil trancafiaram essas pessoas em manicômios, isolando-os das pessoas não deficientes. Na Alemanha nazista, esse grupo foi o primeiro a morrer nos campos de concentração. Weverton ressaltou ainda que são inúmeros os exemplos de como historicamente negaram a essa parcela da população o direito à vida.  

O processo de desumanização de corpos deficientes é antigo e perdura até os dias atuais, quando observamos a rejeição a essas pessoas em espaços públicos. “Não são aceitos em escolas e vagas de trabalho. E não estamos falando do Império Romano, mas sim de 2024”, criticou. De acordo com o profissional, a pessoa que nasce com deficiência vem com um “status de socialmente morto”.  

Essas pessoas são destituídas de humanidade, de direitos, vivenciam diversas opressões e violências. Por isso, discutir saúde mental é trazer à tona o debate, é discutir o direito à vida, à dignidade, ao emprego, à cultura e a políticas públicas que possibilitem não só o acesso, mas também a permanência nesses espaços. 

Weverton exemplificou com o caso de uma pessoa que chega a um local e se sente bloqueada de acessá-lo pela existência de uma escada. “Vê-se como indesejado nesse ambiente. Caso contrário, já teria sido viabilizada a mudança estrutural do prédio, inclusive por meio de políticas públicas”, ponderou o psicólogo, lembrando que é importante que se debata e pressione para que as garantias sociais que já temos sejam efetivadas. “São mobilizações semelhantes ao Sintrajud, algo possível de ser feito por outras entidades”, apontou.  

“Com as reuniões mensais do núcleo, o Sindicato, além de buscar melhores condições de trabalho para as pessoas com deficiência do Judiciário federal paulista, compromete-se a lutar pela inclusão, pelo combate ao preconceito e pelo respeito à autonomia e aos direitos das pessoas com deficiência, de forma geral”, afirmou Isabella Leal, coordenadora do Núcleo. 

O núcleo de Servidores/as com Deficiência do Sindicato entrará de recesso em dezembro, retomando as atividades em janeiro. 

Luta das mulheres e enfrentamento às opressões     

Luciana Carneiro, coordenadora da Fenajufe e servidora do TRF-3, convidou os colegas para que participem neste dia 23 de novembro, às 14h, do debate “Luta das mulheres – enfrentamento ao racismo, ao capacitismo, à lgbtfobia e a todas as violências e opressões”. A atividade será híbrida (presencial, na sede do Sintrajud e pelo  YouTube e Facebook da entidade). Essa é uma iniciativa do Coletivo de Mulheres Mara Helena dos Reis e do Núcleo de Servidoras e Servidores com Deficiência. Participe!

 

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#paratodosverem 

Na imagem vê-se uma reunião virtual, fundo preto, com fotos: Camila Oliveira, branca, cabelos castanhos claros, amarrados na lateral, veste blusa verde oliva; aparece ícone da mão levantada em amarelo, do lado esquerdo. Gilson Amaro, branco, de cabelo curto, liso e preto, usa camisa xadrez (branco e verde). Weverton Fonseca, preto não retinto, cabelo escuro e crespo, com barba e bigodes, veste camiseta vermelha. Glaucia Sena de Brito, branca, com cabelos castanhos claros, usa blusa branca. Isabella Leal, branca, com batom vermelho e blusa solta nos ombros na cor laranja. Ari Heck, branco, com cabelo liso e branco, com óculos, camiseta amarelo bebê. Rosana, branca, cabelos curtos e grisalhos, com fone de ouvido, usa óculos e blusa vermelha. Marcos Trombeta, cabelo curto, castanho escuro, com óculos e usa camisa preta. Luiz, branco, cabelos curtos e grisalhos, usa óculos e camiseta preta. Catia, preta, cabelos grisalhos, amarrados, veste vestido com fundo preto e folhas na cor verde. Luciana Carneiro: em lugar da foto, apresenta uma imagem de mulheres, com cabelos soltos, envoltas por um círculo, com o símbolo do feminino. 12/Apart/000085 – Ana, branca, cabelos castanhos no ombro, solto, com blazer bege e blusa branca. Fabiano dos Santos, branco, cabelos loiros e grisalhos, camiseta preta, usa óculos. Silvia Samogin, cabelos escuros, castanhos, nos ombros, veste regata branca e usa óculos discretos. Luci, branca, cabelo castanho preso, regata bege. Marilene de Souza Nunes, branca, cabelos escuros, soltos. Quanto aos outros participantes: Ciro Manzano, Klein, Henrique, Morghana, Patrícia, Luter, Dulavim de Oliveira e Alexandre Faruoli, não aparecem seus registros fotográficos, apenas tendo sido disponibilizados seus nomes, porém participaram normalmente da reunião.

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