As consequências do assédio moral atingem a auto-estima e a dignidade dos trabalhadores antes de se tornarem visíveis, quando chegam a se tornar.
Estabelecer uma relação direta entre assédio e adoecimento nem sempre é fácil, principalmente porque as manifestações iniciais tendem a aparecer como formas “invisíveis de adoecimento” (ansiedade, estresse, depressão e outros males). Apesar desta “invisibilidade”, o sofrimento envolvido nestes adoecimentos podem ser muito profundos.
Ademais, é oportuno ressaltar que a vivência do assédio moral, além de desencadear adoecimentos, pode aprofundar quadros de adoecimentos já presentes anteriormente. Dificultando ainda mais o estabelecimento da relação entre o adoecimento e o trabalho.
Principais sintomas
• Angústia, crises de choro, mal-estar;
• Dores generalizadas;
• Palpitações e tremores;
• Sentimento de culpa;
• Perda da auto-estima;
• Diminuição da libido;
• Insônia ou sonolência excessiva;
• Depressão e ansiedade;
• Alterações exageradas no peso;
• Aumento no consumo de bebidas alcoólicas e drogas;
• Isolamento, tristeza, redução da capacidade de se relacionar;
• Pensamentos e até tentativas de suicídio;
• Cansaço exagerado, falta de interesse pelo trabalho, irritação constante;
• Alteração da capacidade de concentração e memória;
• Disfunção do estado de alerta/ Pensamentos repetitivos;
• Sentimento de revolta e fracasso/Sede de vingança;
• Tremores/tonturas, enxaqueca, dores generalizadas.
Combater os sintomas
O adoecimento decorrente do assédio moral pode ser psicologicamente devastador, dificultando muito a ação da vítima, por isso é essencial que parte do combate ao assédio moral seja o fortalecimento individual.
Neste processo de fortalecimento a ajuda profissional pode ser muito valiosa, a psiquiatria e psicoterapia podem contribuir bastante com a melhora dos sintomas e a orientação para lidar com a situação no trabalho.
Outrossim, é recomendado que se realize atividades que sejam prazerosas, seja praticar esportes, ir ao cinema, jogar xadrez, yoga, quebra cabeças, aprender a tocar algum instrumento, pintar e etc. Os vínculos afetivos também são de grande importância, seja de amigos, familiares ou colegas de trbalho, sendo essencial retomar e/ou reforçar esses vínculos.
Mas é essencial ter em mente que o fortalecimento individual é uma ação apenas nos sintomas do assédio, não alterando a fonte dos problemas. Neste sentido, atuar apenas nesse aspecto do problema não irá resolvê-lo, será como enxugar gelo, por isso é essencial que isso seja feito em conjunto com outras ações.
Ademais, é importante que a vítima de assédio que enfrenta processos de adoecimento decorrentes desta situação notifique o fato como acidente em serviço. Isso possibilita que licenças médicas eventualmente necessárias não sejam caracterizadas como motivadas por questão particular, não relacionada ao trabalho. Isso traz uma grande contribuição para evidenciar faticamente o caráter adoecedor do local de trabalho no judiciário, pois esses dados são utilizados para pesquisas e estudos estatísticos e epidemiológicos. Com isso a categoria consegue ter mais força para pressionar pelo combate ao assédio moral e outros processos adoecedores.
Sobre este assunto, recomendamos a leitura de outra cartilha produzida pelo Sintrajud: De que adoecem os (as) trabalhadores(as) do judiciário?().