Congrejufe aprova greve geral em defesa das aposentadorias


29/04/2019 - Shuellen Peixoto

Foto: Joca Duarte

 

Os servidores do Judiciário Federal e do MPU têm como tarefa prioritária no próximo período a defesa da preservação do direito à aposentadoria. Esta foi uma das resoluções aprovadas na tarde deste domingo, 28 de abril, no 10º Congrejufe (o Congresso Nacional da Federação). Os trabalhadores destacaram como objetivo central derrotar a proposta de ‘reforma’ da Previdência do governo Bolsonaro. “Neste sentido, construiremos uma forte Greve Geral da Classe Trabalhadora de nosso país contra a Reforma da Previdência”, afirma o texto da resolução, que destaca também a luta por democracia e contra as ameaças à Justiça do Trabalho.

Os impactos negativos da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 6/19, que trata da ‘reforma’ da Previdência, foram apontados na maioria das teses apresentadas. “Esta reforma ataca brutalmente os trabalhadores,  o objetivo deles é destruir de vez a Previdência pública”, afirmou a servidora Denise Carneiro, da direção do Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal na Bahia (Sindjufe-BA).

Para Fabiano dos Santos, diretor do Sintrajud e servidor do TRT, uma das tarefas é desmentir o discurso do governo federal, que tenta responsabilizar os trabalhadores brasileiro pela crise financeira. “O verdadeiro problema não é aposentadoria do trabalhador, é este sistema de dívida pública que gera dívida automaticamente e sem nenhuma necessidade, a alternativa que apresentam é a retirada dos nossos direitos porque eles querem manter as altas taxas de lucro às custas do ajuste fiscal”, destacou o dirigente. “Agora é necessário unidade para construir uma grande greve geral [que possibilite] derrotar esta ‘reforma’, não vamos aceitar nenhuma negociação, não vamos entregar nosso direito à aposentaria”, disse.

Houve uma tentativa de unificação entre algumas das propostas de resolução apresentadas ao Congresso, mas não se efetivou o consenso entre os grupos. O Movimento Luta Fenajufe, integrado por parte da delegação do estado de São Paulo, defendia a busca de um texto unitário em relação às tarefas que devem ser prioridade da Fenajufe no próximo período. Mas o coletivo Democracia e Luta, vinculado à CUT (Central Única dos Trabalhadores), manifestou-se contrário à apresentação de um texto unico entre os diversos setores que defendem a greve geral contra a “Nova previdência” de Bolsonaro.

“Os cutistas buscavam isentar os governos do PT de qualquer responsabilidade na eleição do governo Bolsonaro e seu projeto de completo desmonte do Estado e dos direitos sociais. Isso tem consequências para os rumos que cada setor defende no próximo período. Para nós, a recomposição eleitoral do projeto petista não é alternativa efetiva para os trabalhadores e não pode subordinar as nossas lutas. Mas, passada a votação, vamos apostar na unidade e esperamos que a resolução se efetive na construção da greve geral nos locais de trabalho”, destaca o também servidor do TRT-2 Tarcisio Ferreira, dirigente do Sintrajud e do Luta Fenajufe.

A resolução aprovada foi escrita pelos coletivos Democracia e Luta e Judiciário Progressista, do qual participam também alguns servidores de São Paulo.

“Estamos em momento de grandes ataques, somos os inimigos prioritários escolhidos pelo governo Bolsonaro, por isso achamos que deveriam ter sido unificadas as teses, entendendo que precisamos conquistar o conjunto da classe trabalhadora e viabilizar parar o país numa greve geral, assim como fizemos em 2017. Infelizmente, os companheiros dos outros grupos não entenderam deste jeito, especialmente a CUT”, finalizou Henrique Sales, diretor do Sintrajud e servidor do TRT.

Além da votação das teses de conjuntura nacional e internacional, o segundo dia do 10º Congrejufe, também foi marcado por painéis de discussão com a professora Sara Granemann, sobre ‘reforma’ da Previdência, e o desembargador Jorge Luiz Souto Maior, sobre os ataques à Justiça do Trabalho. O Congresso acontece até quarta-feira, 1º de maio, no interior de São Paulo. O plano de lutas da Federação estava em discussão quando concluímos este texto.

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