“Deficiência psicossocial: TEA, TDAH e outras neurodivergências” foi o tema da primeira reunião do Núcleo dos Servidores e Servidoras com Deficiência do Sintrajud de 2025. O debate, que deu seguimento à série de iniciativas do Sindicato, buscou fortalecer a luta anticapacitista no judiciário e a reivindicação por políticas públicas de inclusão. A atividade teve como convidado Pedro Avelar, fundador da Parada PcD e CEO da Criatípica.
Com a participação de dirigentes locais e nacionais, além de colegas da base do Sintrajud e de outros Sindicatos, que demonstraram interesse pelo assunto, o encontro reforçou que é preciso garantir respeito e inclusão com as diferentes deficiências psicossociais. A reunião foi coordenada pela diretora Isabella Leal (TRT-2), no dia 29 de janeiro.
Para introduzir o assunto, Pedro, conhecido como Peu, abordou o conceito de neurodiversidade, que refere-se à variedade de funcionamento neurocognitivo. “Os seres humanos são neurodiversos, ou seja, não existem duas mentes iguais”, completou. Já a neurodivergência ocorre em pessoas com formação cerebral diferente do considerado típica, como autistas, TDAH, entre outros.
Nesse último conceito, o funcionamento cerebral diverge do padrão predominante e não se trata de uma patologia a ser curada, mas sim, de variações naturais da neurologia humana. Já a neurotipicidade, seguiu explicando Pedro, é o oposto da neurodiveregência, pois aqui, as funções cerebrais correspondem às expectativas convencionais, ditas típicas.
O criador da Parada PcD salientou que cada vez mais é comum as pessoas receberem o diagnóstico de dislexia, TDAH e autismo. “Essas são talvez as mais conhecidas, mas hoje já são mais de 30 condições”, destacou, lembrando que já nascemos com essas características, o que acontece é que poucos conseguem realizar o diagnóstico e fazer a intervenção adequada.
No Brasil, o número de pessoas neurodivergentes pode ser bem maior, pois estima-se que haja muitas subnotificações. Pedro alertou que, provavelmente, mais pessoas podem ter o diagnóstico e não sabem, pois ainda falta informação. Discutir essa pauta é tirar o assunto do lugar do preconceito e do adoecimento. “Só assim será possível avançarmos na saúde mental e garantir condições saudáveis de vida para uma parcela da população que muitas vezes sofre calada”.
Ele ponderou que não existe deficiência menor ou maior. E criticou esse discurso, pois enfraquece a luta por garantias dignas de vida.
Muitas dessas condições não são consideradas deficiência no Brasil, só o autismo é reconhecido. “A Parada PcD vem para dialogar sobre isso e unir os diferentes grupos por políticas públicas inclusivas e recursos para as que já existem”, defendeu Pedro, lembrando que isso é movimentar a estrutura da sociedade.
Próxima reunião e avaliação
Isabella Leal, coordenadora do Núcleo de Servidores e Servidoras com Deficiência do Sintrajud, destacou que “o assunto abordado na primeira reunião ressaltou as barreiras atitudinais de servidores e servidoras, além de pais e mães de crianças, com diagnóstico de uma deficiência oculta que enfrentam”, disse, ressaltando que precisamos debater sobre o tema e combater esta barreira.
A próxima reunião do núcleo vai contar com a participação do departamento Jurídico do Sindicato. Em discussão, os problemas enfrentados pelos servidores com deficiência nos tribunais e a luta em defesa dos direitos das pessoas com deficiência.
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#paratodosverem
Na imagem vê-se uma reunião virtual, fundo preto, com fotos: Rodrigo Bonfim, homem calvo, com barba, óculos e camiseta branca; o participante Pedro Avelar (Peu) aparece na tela duas vezes, uma sem imagem (apenas seu nome escrito), outra com: homem branco com cabelos castanhos, curto, com barba, veste camiseta cinza, com óculos e fone de ouvido. Danilo Vilela Rodrigues, homem com cabelos escuros, barba e óculos, camiseta verde. Isabella Leal, mulher branca, cabelos nos ombros, cor clara e blusa com listras pretas. Elimara Cardoso — Coord. Sintraemg, mulher branca, cabelos presos, com óculos, blusa azul marinho. Wanderley de Oliveira, um senhor, com cabelos curtos e castanhos, com camiseta azul-marinho. Isabella Leal aparece em imagem ilustrativa, com óculos escuro e vestido vermelho. Camila Oliveira, branca, cabelos castanhos claros, amarrados, veste blusa verde oliva. João Carlos, homem branco, cabelos curtos e pretos, com blusa azul clara. Luciana Verpa, mulher branca, com blusa regata na cor branca e bordados coloridos na parte do decote. Rosana, branca, cabelos curtos e grisalhos, com óculos e blusa cinza com listras brancas. Morghana mulher branca, cabelos longos e castanhos. Patrícia, mulher branca, blusa em tom pastel, cabelos curtos e pretos, usa óculos. Io, senhora oriental, com cabelos curtos e grisalhos. Marcos Trombeta, cabelo curto, castanho escuro, com óculos e usa camisa azul. Deusa Assis dos Santos, mulher negra, cabelos escuros e amarrados, usa blusa regata colorida e óculos. Alexandre Ferraretto, homem branco, com camiseta branca. Davi, homem branco, calvo, cabelos e barba grisalha, usa camisa em tom pastel, com fone de ouvido. Klein, homem branco, camisa clara. Juliana Lima, mulher branca, cabelos claros nos ombros, blusa amarela. Igor, homem negro, usa camiseta preta. Quanto aos outros participantes: Ivane, Marcos Rodrigues e Silvia Samogin, não aparecem os seus registros fotográficos, apenas tendo sido disponibilizados os seus nomes, porém participaram normalmente da reunião.
* Texto atualizado em 04/02/2025 às 14h15, para inclusão #praquetodosvejam.