Comissão da Verdade que investiga repressão aos sindicatos realiza audiência pública


31/05/2017 - helio batista

Foi realizada na manhã desta quarta-feira (31), a primeira audiência pública da comissão da verdade criada pelo Ministério do Trabalho para investigar perseguições e violações de direitos do movimento sindical por agentes do estado. A audiência foi na sede do Dieese, em São Paulo (foto abaixo), e contou com a presença da diretora do Sintrajud Maria Helena Leal, servidora aposentada do TRF-3.

A comissão foi criada por recomendação do Grupo de Trabalhadores da Comissão Nacional da Verdade, que encerrou seus trabalhos em dezembro de 2014.

Seu objetivo é investigar as intervenções do governo nas entidades sindicais entre 1946 e 1988, principalmente no período da ditadura, a atuação do Ministério do Trabalho e o papel do Serviço Nacional de Informações (SNI), inclusive no âmbito das Delegacias Regionais do Trabalho. Em colaboração com o aparato de repressão, o SNI monitorava o movimento operário e os próprios servidores do Ministério.

Falta de documentos

Nove centrais sindicais compõem a comissão: CSP-Conlutas, CSB, Intersindical- Central, Intersindical-Instrumento de Luta, CTB, CUT, Força Sindical, NCST e UGT. Também participam o Dieese e o IIEP (Intercâmbio, Informações, Estudos e Pesquisas).

Estão marcadas audiências públicas nas cidades de Belém (5 de julho), Rio de Janeiro (25 de julho), Recife (12 de setembro), Porto Alegre (26 de setembro) e Brasília (21 de novembro. A previsão é que o relatório final seja entregue em 5 de dezembro, quando haverá um ato de encerramento em São Paulo.

A falta de documentos sobre a repressão ao movimento sindical é uma das principais dificuldades para o trabalho da comissão. “A realização das audiências nas demais cidades será importante para a comissão coletar documentos e testemunhos de trabalhadores e sindicalistas de todo o país e para retomar a memória das entidades sindicais filiadas”, disse Maria Helena Leal (foto à direita).

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