Coletivo de Mulheres fará curso sobre ‘Feminismo Negro e o Pensamento de Lélia Gonzalez’


22/07/2021 - Shuellen Peixoto
Curso acontece no sábado (31/07), às 14h, na plataforma Zoom, e é parte das atividades que marcam o Dia da Mulher Negra Latina Americana e Caribenha e de Tereza de Benguela.

Dando continuidade ao ciclo de formação, o Coletivo de Mulheres do Sintrajud – Mara Helena dos Reis realizará o curso “Feminismo Negro e o pensamento de Lélia Gonzalez”, no sábado, 31 de julho, às 14h. A atividade, que acontecerá na plataforma Zoom, será conduzida pela servidora do TRT-2 Helena Pontes, especialista em Direito do Trabalho pela Faculdade de Direito da USP e militante feminista amefricana.

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A atividade aconteceria, inicialmente, neste sábado, dia 24 de julho, e precisou ser adiada por conta dos atos convocados para o mesmo dia contra o governo Bolsonaro, por vacinação para toda a população e em defesa dos serviços públicos. O curso é parte das atividades que marcam o Dia da Mulher Negra Latina Americana e Caribenha e de Tereza de Benguela, o 25 de julho, data que além de dar destaque às desigualdades de gênero e raça vivida na América Latina, também resgata a história da primeira mulher a comandar um quilombo – território povoado por negros e indígenas que resistiam à escravização e construíam formações coletivas de enfrentamento ao Estado.

Assim como as atividades anteriores que vem sendo realizados pelo Coletivo de Mulheres, o curso é uma forma de proporcionar debates e formação política sobre feminismo classista e a luta das mulheres. Desta vez, a atividade será sobre o feminismo negro, que aponta a necessidade de reconhecer que o racismo se impõe como sistema discriminatório fundamental em sociedades como a brasileira, alijando a parcela negra da população do acesso a direitos e tornando desigual a vivência de ser mulher.

A obra da antropóloga e professora da PUC-RJ Lélia Gonzalez, a teórica fundadora da perspectiva feminista negra no Brasil, é essencial para aprofundar o entendimento das diferenças que a condição racial impõe. Por exemplo, as vítimas de violências e violações de direitos promovidas pelo Estado e os poderes públicos ainda são, em sua maioria, as negras. Para Lélia, a tradição de resistência que as mulheres negras acumularam na preservação da ancestralidade sociocultural e política das sociedades africanas demonstra também a capacidade transformadora e de superação de iniquidades. Desde as lutas contra a escravização de seres humanos, passando pela demanda por justiça reprodutiva e acesso pleno aos direitos sociais, sexuais e políticos, o enfrentamento à ditadura e a luta contra o genocídio da população negra, reforçado na política do atual governo federal, os mecanismos de organização das mulheres negras em busca do bem viver vêm promovendo mudanças progressivas que beneficiam o conjunto da sociedade, enfrentando o machismo e o racismo.

O curso “Feminismo Negro e o pensamento de Lélia Gonzalez” é parte do ciclo de formação que também teve  os cursos sobre ‘Introdução ao feminismo’, conduzido pela juíza do Trabalho no TRT-15 Patrícia Maeda, integrante da Comissão Anamatra Mulheres, da Associação Nacional dos Magistrados Trabalhistas, e sobre “Feminismo Classista”, com a jornalista Ana Carolina Andrade.

A atividade será voltada para as servidoras, estagiárias, trabalhadoras terceirizadas que atuam nas unidades judiciárias e funcionárias do Sindicato. Participe!

 

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