Centrais apontam necessidade de calendário de luta contra reformas


24/02/2017 - joebetho

Na última quarta-feira (11), as centrais sindicais CSP-Conlutas, CUT, Força Sindical, Nova Central, CSB, UGT, CTB se reuniram na sede do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) para traçar estratégias contra as reformas trabalhista e previdenciária, que estão previstas para serem encaminhadas e votadas na Câmara na volta do recesso parlamentar, em fevereiro.

Diante dessa agenda de ataques aos trabalhadores, ficou definida a necessidade de elaboração de um calendário de mobilização unitário das centrais. As datas serão acordadas em próxima reunião que acontece no dia 20 de janeiro, em São Paulo.

Além disso, será promovido pelo Dieese um seminário sobre a reforma da Previdência, nos dias 7 e 8 de fevereiro, em São Paulo, seguido de um ciclo de debates nos estados.

Não às reformas

Guardadas as diferentes apreciações, há uma base de acordo entre as centrais: o conjunto das medidas que foram apresentadas pelo governo não pode ser aceito. A necessidade de organizar os trabalhadores contra esses projetos, com mobilização unitária, foi definida como estratégia para impedir que mais ataques contra os direitos trabalhistas sejam concretizados.

Após um amplo debate, em que cada central pode colocar seu posicionamento sobre o tema das reformas, ficou definido que é preciso buscar convergir em pontos de acordo que permitam resistir à retirada de direitos.  No decorrer da reunião observou-se que há centrais que rechaçam ambos os projetos em sua totalidade, como a CSP-Conlutas, representada pelo membro da Secretaria Executiva Nacional Atnágoras Lopes, que esteve acompanhado pelo dirigente da Federação Metalúrgica de Minas Gerais, Zé Maria de Almeida,.

A CSP-Conlutas posicionou-se contrária a essas reformas e reforçou que é preciso mobilizar os trabalhadores. “Não concordamos com a reforma da Previdência, nem com essa mentira do governo de que se ela não for aprovada as pessoas não irão se aposentar. A previdência é superavitária e metade do orçamento é destinado para o pagamento da dívida pública, que visa garantir as regalias dos empresários e os lucros dos banqueiros”, reiterou Zé Maria.

Para ele, outro ataque ao qual devemos resistir é a reforma trabalhista, que visa legalizar que o negociado prevaleça sobre o legislado.  “Em um país em que não há estabilidade no emprego, os trabalhadores sairão perdendo com acordos rebaixados. Sabemos que o trabalhador é a parte mais fraca nessa relação de força entre patrão e empregado, por isso precisamos que seus direitos estejam minimamente garantidos na legislação”, completou.

O dirigente reforçou ainda que o movimento sindical precisa entrar com força nesse embate, pois suas bases estão cobrando esse direcionamento das centrais, cujo papel é defender direitos. “A primeira coisa que temos que fazer é colocar os trabalhadores na rua para começar nossa atuação de maneira unificada. Este governo tem apenas 10% de aprovação e é possível organizar a classe contra essa agenda negativa do Congresso se fizermos nossa parte. Nós podemos vencer”, finalizou.

Ao final da reunião, Atnagoras Lopes completou que a Central sabe das dificuldades e diferenças, mas a reunião renova as possibilidades de, finalmente, concretizar um calendário e uma ação comum de todo o movimento. “Temos insistido na convocação da greve geral e vamos continuar fazendo isso. Esse é o instrumento possível e necessário de ser realizado. Não há o que negociar; temos que derrotar essas propostas e também o governo e os corruptos desse Congresso. Conforme surgiu nas discussões, precisamos aproveitar a reunião do dia 20 e fechar imediatamente um calendário comum de mobilização”, concluiu.

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