Ato da campanha Fora Bolsonaro que aconteceu no dia 24 de julho de 2021. Crédito: Gero Rodrigues
Contra a ameaça de golpe, ocupar as ruas com as bandeiras democráticas e as pautas da classe trabalhadora. É essa a resposta que setores dos movimentos sociais e sindicais, entre eles o Sintrajud, defendem para a elevação do tom golpista do presidente Jair Bolsonaro, que voltou a atacar o processo eleitoral eletrônico.
O cenário oficial montado pelo chefe do Executivo para isso, reunindo embaixadores para insinuar que não aceitará o resultado das eleições de outubro, gerou duras críticas e pedidos de investigação sobre as ilegalidades cometidas pelo presidente.
A movimentação golpista de Bolsonaro não teve o apoio, ao menos declarado, de nenhum embaixador presente à reunião. Por outro lado, provocou reação expressiva de segmentos da sociedade que veem no ato um ataque à democracia e mais uma série de crimes que poderiam levar até ao impedimento do presidente, que usou a estrutura oficial para promover a cena.
Reunião da comissão organizadora da campanha “Fora Bolsonaro”, realizada na sexta-feira, 7 de julho de 2022, aprovou um novo calendário de atividades e mobilizações. Os dias centrais de manifestações apontados são 11 de agosto e 10 de setembro. Também integra o calendário reforçar o tradicional Grito dos Excluídos, que acontece nos feriados de 7 de Setembro, Dia da Independência.
Texto que resume a preocupação que fez reativar a campanha diz que “Bolsonaro subiu o tom de suas ameaças golpistas” ao reunir embaixadores no Palácio da Alvorada “para atacar as instituições e o sistema eleitoral”. Essa movimentação, avaliam, decorre do enfraquecimento de sua popularidade, o que faz com que busque “construir condições para questionar o resultado das urnas”.
O texto também cita o aumento da violência política, motivo do assassinato de Marcelo Arruda, tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu, que teve sua festa de aniversário invadida por um bolsonarista que o matou na frente da mulhrer, dos filhos e de amigos.
É diante desse quadro que a campanha “Fora Bolsonaro” aponta a necessidade de retomar “as mobilizações de rua unitárias em uma grande campanha em defesa da democracia, por eleições livres e contra a violência política”.
Também como resposta às ameaças do presidente, o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) está convocando a semana de mobilização de 1º a 5 de agosto em Brasília tendo como bandeiras a defesa dos serviços públicos e da democracia. Nesta semana, acontece ainda o “Apagão” no Judiciário Federal e MPU.
Há nesta movimentação a constatação de que a intimidação é uma das armas do bolsonarismo para tentar impor seus projetos. E que reagir e levar às ruas as pautas dos trabalhadores é a melhor maneira de enfrentar esse movimento reacionário, neoliberal e autoritário.