Campanha Despejo Zero convoca ato para 11 de junho contra remoções em São Paulo


06/06/2025 - Niara Aureliano
Em São Paulo, 34 comunidades estão sob risco de despejo; manifestação acontece às 14h, na praça da República; CSP Conlutas reforça convocatória, em defesa de moradia

A Campanha Despejo Zero convoca para a próxima quarta-feira, 11 de junho, uma manifestação na praça da República, às 14h, com os objetivos de pressionar por uma política de moradia digna, fim dos despejos e em desagravo à violência policial no estado, governado por Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Uma ‘nova onda de remoções’ está em andamento por pressão da especulação imobiliária no estado, expirado o prazo da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 828, que suspendeu remoções durante a crise sanitária da Covid-19 (prorrogada até 31 de outubro de 2022), defendem os organizadores. A violência de agentes do estado nas tratativas relacionadas à moradia se acentuou nas última semanas, como no emblemático episódio de truculência na Favela do Moinho, na capital. A CSP Conlutas, central a qual o Sintrajud é filiado, representada pelo coordenador Fabiano dos Santos, servidor do TRT-2, participou de ato no local.

Trinta e quatro comunidades no estado de São Paulo estão sob risco iminente de remoção, dentre elas, as favelas do Areião, Jardim Pantanal, as ocupações Jorge Hereda e Terra Prometida, que protagonizaram o ‘esquenta’ no último dia 26.

‘Esquenta’ em 26 de maio

Movimentos organizaram diversos trancamentos e atearam fogo em avenidas em São Paulo, em 26/5. As ações foram protagonizadas na região do Jaguaré, onde moradores da favela do Areião travaram a Marginal Pinheiros e os trilhos do trem das linhas 8-Diamente e 9-Esmeralda, da ViaMobilidade, contra remoção promovida pela Enel contra 300 famílias na região, notificadas para que deixem a área até 31 de julho. Na zona leste, a ocupação Jorge Hereda e Terra Prometida fecharam a avenida Aricanduva contra a ordem de despejo e pedindo a desapropriação das áreas, para garantir moradia às famílias. Os protestos foram reprimidos pela polícia. Em Guarulhos, moradores do Jardim Pantanal travaram a avenida Dr. José Artur Nova em Guarulhos (SP).

A Campanha Despejo Zero em São Paulo é composta pelo Movimento Luta Popular, Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLT) e União de Movimentos de Moradia (UMM). O Movimento Luta Popular defende: “A cidade é nossa e não podemos ser excluídos e removidos como se fossemos entulho!”.

“Essa verdadeira tragédia social também é responsabilidade do poder público, que não oferece políticas habitacionais adequadas e suficientes. E tudo isso se soma ao uso de truculência e violência policial, sob o comando da PM de Tarcísio e do Secretário de Segurança Pública Derrite”, diz a convocatória para o ato do dia 11/6.

Os movimentos também denunciam que pessoas em situação de rua têm sido expulsos e criminalizados, em busca de uma “higienização” de determinadas regiões, visando à especulação imobiliária.

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