Atos que tinham defesa da reforma da Previdência em pauta fracassam


27/03/2017 - helio batista

O dia nacional de protestos convocado pelo MBL (Movimento Brasil Livre) e Vem Pra Rua para o domingo, 26, fracassou. Convocatórias postadas nas redes sociais para os atos, que reuniram pouca gente e não foram de grande porte em nenhuma cidade do país, tinham entre as suas pautas o apoio às reformas previdenciária e trabalhista.

“O chamado da direita a favor da reforma da Previdência e da reforma trabalhista foi um fiasco”, comemorou a servidora Luciana Martins, do TRF-3, ao saber da notícia enquanto participava do 8º Congresso do Sintrajud. “É um chamado a favor das reformas previdenciária e trabalhista e nossa população não pode ser a favor dessas reformas. O chamado da classe trabalhadora, das centrais sindicais foi atendido, houve uma grande mobilização popular, o da direita, não”, disse Luciana, que é diretora de base do sindicato. Ela se referia às grandes manifestações realizadas no dia 15 de março contra a retirada de direitos, que ficou conhecido como 15M.

A defesa das reformas e o apoio à Operação Lava Jato eram as bandeiras mais palpáveis das convocatórias. Na reta final, a rejeição à lista fechada nas eleições foi agregada à pauta.

O MBL chegou a postar em sua página no Facebook apoio explícito à Proposta de Emenda Constitucional 287, que fixa a idade mínima em 65 anos para a aposentadoria e exige a contribuição do trabalhador por pelo menos 49 anos para que o benefício tenha valor pleno. Mas depois decidiu migrar para a defesa de uma proposta paralela, assinada com a Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), mas que rebaixa tanto ou mais os benefícios e o acesso a eles. Nos últimos dias, praticamente excluiu a questão das ‘reformas’ das divulgações dos atos.

Mensagem de convocação da atividade postada há pouco mais de uma semana dizia que o sistema previdenciário atual estava “quebrado”, que a proposta de Temer seria uma solução paliativa que duraria alguns anos e que a do MBL e da Fiesp resolveriam o problema. O MBL e o Vem Pra Rua foram duas das principais organizações que convocaram os atos com perfis reacionários que defenderam o impeachment da presidente Dilma Rousseff no ano passado. Não havia referências ao presidente Temer nos materiais de convocação dos atos do domingo.

O tamanho reduzido das manifestações foi reconhecido pelas próprias organizações. Em Brasília, a Secretaria de Segurança teria divulgado a expectativa de que cerca de 100 mil pessoas comparecessem, mas segundo reportagem do portal UOL apenas cerca de 600 pessoas atenderam ao chamado. No Rio, os organizadores contrataram quatro carros de som, mas eles mesmos reconheceram que o público não passou de duas mil pessoas – nessa estimativa sem dúvida otimista, daria perto de 650 pessoas para cada carro de som. O portal de notícias G1 disse que, segundo as avaliações da PM em cada estado, os atos reuniram ao todo 20 mil. Já o MBL e o Vem Pra Rua falaram em 55 mil. As duas estimativas parecem superestimadas. No Rio, alguns portais de notícias avaliaram em 500 manifestantes.

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