Atos marcam dia de servidor com jornada de luta para preservar serviços públicos


28/10/2020 - Luciana Araujo
Sintrajud participou de atividades em São Paulo, Cubatão e Santos; mobilização contra a 'reforma' segue com apresentações artísticas nesta quinta e panfletagem na sexta.

O dia das servidoras e dos servidores públicos, esta quarta (28 de outubro), foi marcado por manifestações em todo o país. O Sintrajud esteve representado por dirigentes e servidores em ao menos três atos ao longo do dia. Os protestos questionaram a ‘reforma’ administrativa do governo Bolsonaro — consolidada na proposta de emenda constitucional 32/2020 — e a retomada da tramitação das PECs do chamado Plano ‘Mais Brasil’.

Apresentadas ao Congresso Nacional pelo governo em novembro do ano passado, as propostas de emendas constitucionais 186, 187 e 188/2019 representam um pacote de ataques aos servidores que incluem legalizar a redução salarial em até 25%, entre outros.

Os protestos e atividades respeitaram o distanciamento social, uso de máscaras e a contenção de aglomerações.

Atividade na Feira do Casqueiro, em Cubatão (Arquivo Sintrajud).

No início da manhã, na cidade de Cubatão, na Baixada Santista, integrantes da Frente Sindical Classista dialogaram com a população na Feira do Casqueiro. Depois, seguiram em passeata e realizaram um ato no Paço Municipal daquela cidade.

Ato em Cubatão (Arquivo Sintrajud).

Protesto em Santos (Arquivo Sintrajud).

O diretor do Sintrajud e servidor da JT/São Vicente Salomão Ferreira ressaltou que “estamos lutando contra uma precarização dos serviços públicos como um todo, nem poderia ser chamado de reforma, que é uma coisa para melhorar [o objeto de alterações]. Na realidade, o que se pretende é precarizar os serviços, e a população terá menos creches, menos escolas, menos hospitais”.

 

À tarde, aconteceram atos na Praça da Sé — convocado pelo Fórum dos Trabalhadores do Setor Público no Estado, a CSP-Conlutas e o Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Federais (Fonasefe) — e na Estação Cidadania, em Santos.

Também dirigente do Sindicato, Tarcisio Ferreira, servidor do TRT-2 lotado no Fórum Ruy Barbosa, destacou durante o ato unificado em frente à Catedral Metropolitana os impactos da ‘reforma’ nos direitos sociais.

“Estamos passando por um projeto de desmonte dos serviços públicos sem precedentes desde a redemocratização e da queda da ditadura militar. Mas nós vimos também o exemplo do povo chileno, há poucos dias, que depois de um processo de insurreição popular que tomou as ruas daquele país, impôs a derrubada do entulho autoritário da constituição herdada do governo Pinochet. Aqui, o que o governo tenta é enterrar os resquícios do que sobrou de democrático na Constituição de 88. Uma Constituição que em grande medida foi fruto do processo de derrubada da ditadura militar, e que por isso absorveu uma série de demandas dos trabalhadores e dos movimentos, mas que por conta do acordo feito naquele momento — que não passou a limpo o processo da ditadura — nunca foi plenamente efetivada, especialmente no que diz respeito aos direitos sociais. O que se pretende hoje com a ‘reforma’ administrativa é a destruição do Estado naquilo que significa a entrega de serviços públicos à população”, disse Tarcisio.

Arte também é luta

 

Atenção: Para quem tem smart TV, é possível assistir à live especial em tela grande. Basta acessar o aplicativo do YouTube em seu aparelho e pesquisar por ‘Sintrajud’ para acompanhar o evento por meio do seu televisor.

Nesta quinta-feira (29), dando continuidade à jornada de lutas, o Sintrajud exibe uma live especial com o espetáculo “Janelas” — aqui no site, pelo Facebook e o YouTube, a partir das 18 horas. Na sequência, artistas da categoria vão se apresentar num happy hour cultural online. A atividade será um “esquenta” da 9ª Mostra de Artes do Sindicato, que neste ano, em razão da pandemia, acontecerá por videoconferência no mês de dezembro.

Na sexta (30), a partir das 11 horas, ainda acontece uma panfletagem em frente à prefeitura da cidade de São Vicente, na Baixada.

Servidores e dirigentes do Sintrajud durante o ato na Praça da Sé (Foto: Marcos Trombeta)

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