Ato no TRE marca primeiro dia da greve dos servidores do Judiciário em São Paulo


30/03/2022 - Hélio Batista Barboza
Manifestação contou também com trabalhadores da JT e da JF, além de representantes de outras categorias.

(Foto: Jesus Carlos)

Servidores do Judiciário Federal em São Paulo marcaram com um ato em frente ao TRE, no centro de São Paulo, o primeiro dia da greve da categoria, aprovada em assembleia na semana passada.

Nesta quarta-feira, eles levaram à sede do Regional faixas e cartazes em que pediam a reposição emergencial de 19,99%, para compensar as perdas salariais acumuladas em três anos do governo Bolsonaro.

O ato começou ao meio-dia e contou também com a participação de servidores da Justiça Trabalhista e da Justiça Federal, além de representantes de outras categorias do funcionalismo federal.

A programação deste primeiro dia de greve teve ainda a sala virtual, pela plataforma Zoom, com o advogado César Lignelli (coordenador jurídico do Sintrajud) e o psicólogo Bruno Chapadeiro (coordenador da pesquisa riscos psicossociais no trabalho no PJU/SP). Em Brasília, os servidores fazem manifestação na Esplanada dos Ministérios, com participação da caravana do Sintrajud.

A greve continua nesta quinta-feira (31) e a lista de adesão pode ser acessada aqui.

Inflação e defesa do serviço público

“Precisamos mais do que esses 19,99%, mas isso é o mínimo”, declarou Alexandre Ferreira, servidor da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) e membro da diretoria do Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal do Estado de São Paulo (Sindsef-SP).

Ele informou que a mobilização do funcionalismo está crescendo, com adesões no Ministério do Trabalho e no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen).

“Essa inflação de 20% é geral, mas o aluguel e os alimentos, por exemplo, subiram muito mais”, disse Guilherme Arruda, servidor do TRT Consolação.

O auditor fiscal Douglas Alexsandro, dirigente da delegacia do Sindireceita em São Paulo, também participou do ato e destacou a defesa do serviço público. “Nunca seremos um país forte sem serviço público de qualidade”, afirmou. Os auditores lutam pelo cumprimento de um acordo salarial de 2016, que vem sendo desrespeitado pelo governo.

“Não é possível que os servidores públicos, que garantiram a vacinação, sejam chamados de parasitas. Não é possível que o ministro da Economia, Paulo Guedes, diga que vai colocar uma granada no bolso dos servidores, como disse quando falou em congelar nossos salários por dois anos”, discursou a servidora do TRE Raquel Gonzaga, diretora do Sintrajud.

“Os servidores garantiram a continuidade dos serviços públicos durante toda a pandemia. A Justiça não parou de funcionar e a Justiça Eleitoral fez até uma eleição durante a pandemia; colegas nossos morreram”, lembrou Tarcisio Ferreira, outro diretor do Sindicato.

TALVEZ VOCÊ GOSTE TAMBÉM