Categoria vai construir calendário de luta em defesa das aposentadorias


17/04/2019 - Shuellen Peixoto

A participação dos servidores do Judiciário Federal de São Paulo no calendário de lutas unificado que está sendo construído pelas centrais sindicais, com o indicativo de uma greve geral no país, foi a principal resolução da assembleia estadual do último dia 13 de abril. A mobilização articulada pelas entidades visa impedir a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional 06/2019, que vai tornar as regras para aposentadoria ainda mais rígidas e acabar com o sistema de previdência social do país.  As propostas foram discutidas no 51º Conselho de Base e assembleia geral, que aconteceram no auditório do Sindicato.

O Conselho de Base aconteceu antes da assembleia, e debateu, além da mobilização contra a ‘reforma’ da Previdência, pautas específicas dos locais de trabalho.

O integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Paulo Barela, esteve presente na atividade para falar um pouco sobre a mobilização em defesa da Previdência e as propostas de plano de lutas que a CSP-Conlutas está construindo, em conjunto com as demais centrais. “Esta ‘reforma’ do governo Bolsonaro é brutal e levará milhões de trabalhadores à miséria, e a única forma de derrotar esta proposta é construir uma greve geral que pare o país”, destacou Paulo Barela.

Para a diretora de base Cátia Machado, servidora do JEF/Bauru, debater a mobilização contra a PEC 6/2019, deve ser considerado como pauta específica também, pois além das consequências que os servidores enfrentarão caso a PEC seja aprovada, há implicações diretas no volume de trabalho. “A ‘reforma’ não passou, mas o número de processos e atendimentos triplicou, porque as pessoas estão correndo para tentar manter seus direitos e já estão tendo negativas, o grande volume de trabalho está adoecendo os servidores, por isso precisamos reagir”, afirmou a servidora.

Durante o Conselho de Base, os servidores destacaram a necessidade de fazer atividades com o abaixo-assinado, impulsionado pelas centrais em todo o país, em defesa da aposentadoria. “Nós, diretoria executiva e diretoria de base, devemos fazer atividades semanalmente, com banquinhas e panfletagens para conversar com o conjunto da categoria e a população sobre a ‘reforma’ e recolher assinaturas”, afirmou Raquel Morel, servidora e diretora de base do TRE.

Assembleia Geral

Na assembleia os servidores voltaram à  discussão sobre o plano de luta em defesa da previdência pública e o chamado a uma greve geral. “Esta reforma é um ataque sem precedente, e o que vai definir sua aprovação ou não é o tamanho da nossa luta”, afirmou Tarcisio Ferreira, servidor do TRT-2 e diretor do Sintrajud.

Por unanimidade, a assembleia aprovou posicionamento  dos servidores do Judiciário Federal contra a ‘reforma’ da Previdência. Além disso, o entendimento da assembleia é que o Sindicato não deve negociar nem um ponto da PEC 6/2019. “Entendemos que é imprescindível enfrentar o conjunto desta PEC que é um ataque sem precedente e, mais que isso, nós acreditamos que não há déficit no sistema previdenciário e que não é preciso fazer nenhuma reforma, portanto temos que fazer o enfrentamento concreto de todas as questões”, afirmou Fabiano dos Santos, servidor do TRT e diretor do Sintrajud.

Os servidores aprovaram participar do calendário de lutas aprovado pelas centrais pelo Forúm Nacional dos Servidores Federais, e levarão o indicativo de greve geral na primeira quinzena de maio para discussão no 10º Congresso Nacional da Fenajufe, que acontecerá entre os dias 27 de abril e 1º de Maio, na cidade de Águas de Lindoia (SP).

Inauguração do Auditório

Foto: Joca Duarte

Para encerrar o dia, aconteceu a inauguração do auditório do Sintrajud, que passou por uma reforma para melhor atender a categoria. O auditório recebe o nome do servidor José Carlos Logullo, ex-diretor de base no Fórum Trabalhista de Cubatão falecido em junho de 2017. A família do servidor esteve presente à inauguração.

“Este é um momento muito importante e marcado por essa emocionante homenagem a um cara jovem e que foi parte das lutas mais importantes da nossa categoria”, finalizou Lynira Sardinha, servidora aposentada do TRT-2 que trabalhou no Fórum Trabalhista de Cubatão e diretora do Sindicato.

TALVEZ VOCÊ GOSTE TAMBÉM