9º Congresso do Sintrajud define que a entidade combata etarismo no Judiciário


07/05/2023 - Niara Aureliano
A ideia é que o Sindicato promova campanhas contra o etarismo; aposentados foram 40% dos delegados do congresso

O 9º Congresso do Sintrajud, que teve 40% de servidores aposentados inscritos como delegados, aprovou uma Resolução para combater o etarismo no Judiciário e também no movimento sindical, neste domingo, 7 de maio.

A proposta indica que o tema deve ser incluído na pauta de lutas da entidade. Isso porque, aponta a proponente Rosana Nanartoni, seriam comuns nos locais de trabalho atitudes contrárias aos servidores com mais idade. “Funcionários mais jovens acham que a gente está ocupando o espaço deles, e chegam a perguntar porque ainda não nos aposentamos”, falou.

A ideia é que o Sindicato promova campanhas que alcancem trabalhadoras e trabalhadores do Judiciário, dado que “independentemente da idade devemos ser vistos como peças fundamentais daquela engrenagem”, argumentou Rosana durante a plenária. “Como com os negros e negras, mulheres, LGBTs, temos que combater o etarismo também. Hoje temos a noção que estamos todos aprendendo todos os dias, tanto o jovem quanto o idoso”, disse a servidora.

A Resolução foi aprovada na plenária deliberativa final, no bloco que tratava do tema de opressões. A proposta foi encaminhada pelos Grupos de Trabalho, espaços de promoção de debate que geram os acúmulos a serem apresentados na plenária deliberativa final, em forma de resoluções.

Combater a opressão e exploração

Os congressistas também aprovaram Resoluções que dispõem, além do etarismo, sobre o combate ao machismo, racismo, LGBTfobia, capacitismo, e outras.

Foi aprovada a Resolução que propôs que o Sintrajud deverá “Lutar contra o machismo, o racismo, a homofobia, o capacitismo, o etarismo e qualquer forma de preconceito e assédio no Judiciário, garantindo a participação das mulheres, negros e negras, indígenas e lgbtqia+ nas direções da entidade”.

Outras propostas dão conta da necessidade de aprofundar os debates sobre racismo no Brasil, incluindo os indígenas na discussão. Acatada também o combate ao racismo e ao mito da democracia racial, ressaltando a busca por reparação histórica, fim da superexploração e do genocídio da juventude negra; defendendo o fim da polícia militar, considerada resquício da ditadura, e justiça pelos assassinatos dos negros nas comunidades e punição aos agentes envolvidos em massacres.

Também ficou definido que no 10º Congresso do Sintrajud o painel sobre opressões seja a primeira mesa a abrir o encontro, “contemplando a centralidade necessária na luta contra as opressões”.

A Resolução sobre o fortalecimento das campanhas de enfrentamento ao assédio moral, sexual e institucional, que a atual diretoria do Sintrajud já promove como política permanente, também foi aprovada; apontando ainda que a entidade deve também realizar uma campanha contra a discriminação nas indicações de cargos de confiança, para que sejam “adotados critérios mais objetivos e menos subjetivos nessas nomeações, que muitas vezes discriminam negros, mulheres e LGBTs”.

TALVEZ VOCÊ GOSTE TAMBÉM