8 de março terá atos contra violência machista e retirada de direitos


05/03/2018 - Shuellen Peixoto

Depois de um ano marcado por grandes retrocessos nos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, mais uma vez, para marcar o Dia Internacional de Luta das Mulheres, 8 de março, dezenas de coletivos e grupos feministas vão tomar as ruas contra a reforma da previdência e para denunciar a violência machista.

O Brasil é um dos países com os maiores índices de violência contra a mulher no mundo. Dados compilados pelo Instituto Patrícia Galvão a partir de diversas pesquisas demonstram a importância das manifestações nesta data para a defesa da vida e da integridade das mulheres.

O coletivo de mulheres do Sintrajud chama todas as mulheres e homens da categoria para participar do ato unificado que convocado para a quinta-feira, 8, na praça Oswaldo Cruz, no Paraíso (início da Avenida Paulista). Com o tema “Pela vida das mulheres, democracia e soberania! Temer sai, fica aposentadoria!”, o protesto tem concentração marcada às 16h, e às 18h, as mulheres sairão em marcha pela Avenida Paulista.

O ato será marcado pela denúncia dos cortes de 61% do orçamento para o combate à violência contra a mulher entre 2016 e 2017, conforme levantamento divulgado pelo site ‘Poder360’ a partir do Portal do Orçamento do Senado Federal. Enquanto isso o governo Temer gastou o dobro desta verba para fazer propaganda da reforma da Previdência. A verba repassada aos municípios para investimento em creche também foi reduzida de R$ 600 milhões a R$ 6 milhões em 2018, no último contingenciamento anunciado no dia 02/3 pelo Ministério do Planejamento.

No Brasil e no mundo, mesmo diante dos graves ataques as mulheres resistem. Não à toa, a última cerimônia do Globo de Ouro foi marcada por um movimento das mulheres que denunciaram o assédio sexual sofrido durante anos nos bastidores de Hollywood.

Diante deste cenário, intelectuais feministas americanas como Angela Davis e Nancy Fraser, lançaram um manifesto chamando uma nova greve internacional no 8 de março em defesa dos direitos. No ano passado, mobilização similar levou milhões de mulheres às ruas em todo o mundo. “8 de março será o dia do feminismo para os 99%: um dia de mobilização de mulheres negras, cisgêneras [que se identificam com o gênero de nascimento] e bissexuais, trabalhadores lésbicas e transgêneras [cuja identidade de gênero é diferente da foram designadas ao nascer], das pobres e de salários baixos, das cuidadoras não pagas, das trabalhadoras sexuais e migrantes. Em 8 de março, #EntramosEmGreve”, afirma o manifesto.

Na capital paulista, as professoras estaduais e municipais já votaram indicativo de greve para a data e realizarão uma assembleia na data, depois se unem ao ato unificado. O Coletivo de Mulheres do Sintrajud também estará presente no ato unificado.

Na mesma data, a CSP-Conlutas e o Movimento Mulheres em Luta realizam um ato com a temática “Contra a violência machista e a reforma da Previdência, Fora Temer e todos os corruptos”. A manifestação será às 15h, em frente ao Teatro Municipal.

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