8 de Março foi marcado por protestos em defesa da aposentadoria e dos direitos


11/03/2019 - Shuellen Peixoto

Na última sexta-feira, 8 de março, dezenas de milhares de mulheres ocuparam a avenida Paulista em defesa das aposentadorias, da democracia e dos direitos. O Ato do Dia Internacional de Luta das Mulheres na capital paulista foi a primeira grande manifestação contra o governo de Jair Bolsonaro (PSL) e seus ministros em 2019.

O protesto também teve como pauta o enfrentamento às mortes de mulheres associadas às discriminações de gênero e raça, e cobrou justiça para a ex-vereadora carioca Marielle Franco, assassinada em 14 de março do ano passado. O Coletivo de Mulheres do Sintrajud – Mara Helena dos Reis esteve presente na manifestação em São Paulo e em Santos (que aconteceu no mesmo dia e horário).

O dia foi marcado por atos em todo o Brasil e em outros países, como Argentina, Itália, Estados Unidos, Alemanha, Espanha, França, dentre outros. Na capital paulista, a manifestação foi acompanhada pelo cortejo do bloco afro Ilú Obá de Min, que tem bateria só de mulheres, em sua maioria negras, e da qual também participa a servidora do TRT-2 Larissa Chryssafidis, integrante do Coletivo de Mulheres do Sindicato.

Cantando palavras de ordem contra os ataques do governo Bolsonaro e contra a ‘reforma’ da Previdência, as mulheres marcharam até a praça Roosevelt, onde o ato foi encerrado.

Na opinião da diretora do Sintrajud Maria Ires Lacerda, servidora do JEF, que esteve no ato, o ato é muito importante para iniciar um calendário de lutas dos trabalhadores contra todos os ataques aos direitos. “O 8 de Março é um dia histórico de lutas das mulheres, em defesa dos nossos direitos. Hoje, ter um ma manifestação deste tamanho e logo após o carnaval, demonstra que nós, mulheres, estamos nos organizando para o enfrentamento e iremos resistir”, afirmou a diretora.

Para a servidora do TRE Eveline Lima, a presença de milhares de mulheres nas ruas em atos que se espalharam por todo o país e pelo mundo demonstra força. “Acho que isso é demonstração de que resistiremos diante do cenário político nacional e internacional de avanço da violência da mulher, que não concordamos com a ‘reforma’ da Previdência, que aumenta idade mínima de aposentadoria desconsiderando a realidade de dupla jornada das mulheres”, destacou Eveline. “Acho que a mulher carrega em si uma força que é revolucionária, força para fazer a revolução neste país e no mundo”, afirmou a servidora.

Manifestação em Santos. Foto: Marcela Mattos

Em Santos, o ato também contou com apresentações culturais e as manifestantes distribuíram material para a população com as pautas de luta das mulheres na manifestação.

Justiça para Marielle Franco

Os atos também cobraram respostas ao caso da ex-vereadora Marielle Franco. Nesta quinta-feira, 14 de março, faz um ano desde o assassinato da parlamentar e do motorista que conduzia o carro dela na noite da emboscada.

Para marcar o dia, movimentos sociais farão o ato  “Justiça para Marielle: vidas negras e periféricas importam!”, na quinta-feira, às 17h, saindo da praça Oswaldo Cruz. “Marielle Franco representa a história de centenas de mulheres negras e um povo que sofre uma injustiça persistente e secular. Enquanto as nossas vozes clamarem por justiça, nós nos organizaremos e lutaremos. Por isso essa data será de ação e de braços erguidos! Marielle e Anderson, presentes!”, afirmam as organizadoras do evento.

A diretoria do Sintrajud convida todos e todas colegas da categoria para participar.

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