7 de setembro: ‘Todas as formas de vida importam’, defende 30ª edição do Grito dos Excluídos


04/09/2024 - Giselle Pereira
Manifestantes vão denunciar as privatizações, a carestia e a violência contra a população em situação de rua em São paulo; Sintrajud estará presente no ato, dialogando com a população.

Com o lema “Todas as formas de vida importam. Mas quem se importa?”, o Grito dos Excluídos e Excluídas completa 30 anos no Brasil e 28 anos em São Paulo; na cidade paulista, a mobilização vai ocorrer na Praça da Sé, Região Central, às 9h. O Sintrajud e a CSP-Conlutas irão se somar à manifestação em defesa dos trabalhadores e trabalhadoras.

Contrapondo-se ao 7 de setembro ovacionado como o “Dia da Independência”, representantes de pastorais sociais da Igreja Católica, comunidades evangélicas, movimentos sociais, sindicatos e Centrais vão às ruas mais uma vez contra as privatizações e a carestia, além de denunciar a violência contra a população em situação de rua e soltar o grito que reforça o lema “Todas as formas de vida importam! Quem se importa?”.

Nesta edição histórica, o tema é “Vida em Primeiro Lugar!”, que reafirma o compromisso em defesa da vida em todas as suas expressões, ao mesmo tempo em que provocam uma reflexão sobre a indiferença da sociedade diante das múltiplas formas de exclusão e opressão.

Ao carro de som, lideranças darão o recado, apresentando as pautas de luta da classe trabalhadora. Dialogarão ainda sobre a importância da revogação das reformas da previdência e trabalhista, que desde que foram aprovadas ampliaram a subtração de direitos, precarizando as condições de vida e ampliando o empobrecimento da população.

A diretora do Sintrajud Ana Luiza Figueiredo, servidora aposentada do TRF-3, destaca que “neste 7 de setembro estaremos na Praça da Sé com a CSP-Conlutas, sindicatos e movimentos sociais participando de mais um Grito dos Excluídos. Exigimos do governo Lula que cumpra sua promessa de colocar o pobre no orçamento investindo em serviços públicos de qualidade e garantindo direitos e melhores salários para nossa classe”, defendeu.

Aumento da população em situação de rua
O Observatório Brasileiro de Políticas Públicas aponta que uma em cada três pessoas que vivem em situação de rua no país está no estado de São Paulo. Os dados coletados a partir da base do Cadastro Único (CadÚnico) referentes ao mês de junho de 2024 mostram que 126.112 pessoas estão nessa situação no estado de SP, um aumento de 18%; em dezembro de 2023, era de 106.857 pessoas.

Na cidade paulista, o aumento foi de 24%, passando de 64.818 em dezembro do ano passado para 80.369 em junho; São Paulo também amarga o ranking das capitais, assumindo o primeiro lugar.

Para um dos coordenadores do Grito dos Excluídos, o professor Paulo Cesar Pedrini, o ato ocorre em um momento em que nos deparamos com números estarrecedores. “A quantidade de famílias inteiras morando na rua só vem aumentando, juntamente com o empobrecimento da população”, disse.

Luta contra as privatizações
Durante o ato do Grito dos Excluídos serão denunciadas as privatizações que estão ocorrendo país afora, sobretudo em São Paulo, pois desde que assumiu o governo, Tarcísio de Freitas (Republicanos) executa um projeto privatista para todos os serviços sob gestão do estado.

As principais empresas paulistas, como Emae – Empresa Metropolitana de Águas e Energia, Furp – Fundação para o Remédio Popular, Sabesp, CPTM, Metrô estão sob a mira impiedosa do gestor, que vem demonstrando desprezo não só pela população socialmente mais vulnerável, como também pelos serviços públicos.

O Sintrajud, que tem compromisso com a luta contra as privatizações, defende que, diante da gravidade da situação, onde o Tarcísio não tem medido esforços para privatizar o bem público, como aconteceu com a Sabesp, é preciso fortalecer os atos e mobilizações em prol das estatais e pela garantia dos serviços públicos.

30ª edição do Grito dos Excluídos
Há três décadas, o Grito dos Excluídos e Excluídas acontece no dia 7 de setembro, buscando mobilizar a sociedade na luta por direitos fundamentais, como saúde, educação, habitação e segurança alimentar, além do combate ao racismo, à violência policial, à violência contra as mulheres e a outras formas de discriminação e ódio.

O movimento também abraça as pautas das comunidades rurais e tradicionais, defendendo o direito à terra, a agricultura familiar baseada na agroecologia, o acesso a alimentos saudáveis e a soberania alimentar.

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