Na sexta-feira, 28 de abril, São Paulo amanheceu completamente parada. Quem andava pelas ruas da metrópole percebeu ruas vazias, lojas fechadas e protestos com fechamento de rua em diversos pontos da cidade. O Dia de Greve Geral demonstrou, diante dos ataques do Governo Temer, a indignação de metroviários, petroleiros, metalúrgicos, professores, motoristas de ônibus, dentre tantos que não hesitaram em cruzar os braços.
Os trabalhadores do Judiciário Federal de São Paulo também aderiram ao chamado de greve geral e paralisaram as atividades em todo o estado. Nos tribunais e fóruns foi possível perceber a adesão da maioria da categoria ao dia de luta. Nos prédios do TRE, por exemplo, a maior parte das seções funcionou apenas com a presença da chefia.
A greve contou ainda com a adesão dos trabalhadores terceirizados. No Fórum Trabalhista Ruy Barbosa apenas quatro trabalhadores terceirizados da segurança se apresentaram para trabalhar. Dos 80 terceirizados do setor de limpeza, apenas oito compareceram ao trabalho.
“Estamos dando um sinal a este governo e a este Congresso corrupto, dizendo que não vão passar estas reformas!”, afirmou Ana Luiza Figueiredo, diretora de base no TRF-3. “A greve geral foi só o começo de uma grande luta; vamos unificar os trabalhadores e garantir que nossos direitos não sejam retirados.”
Fora da capital, os cartórios eleitorais de Osasco, Santos, Lins, Ibitinga, Indaiatuba e Baurueri paralisaram suas atividades. Participaram ainda trabalhadores do Judiciário Federal de Campinas, Marília, Franca e Guarulhos.
À tarde, os servidores uniram-se a trabalhadores de diversas categorias na Avenida Paulista, para o ato convocado pela CSP-Conlutas contra as reformas de Temer. A manifestação contou com a participação de metroviários, metalúrgicos, trabalhadores de empresas de ônibus, correios e professores, que tomaram a avenida com faixas e palavras de ordem contra o governo.
Servidores do Judiciário Federal também estiveram presentes na manifestação que aconteceu no fim da tarde no Largo da Batata, em mais um protesto que reuniu milhares de trabalhadores.
Para Tauff Ganem, diretor de base no Fórum Ruy Barbosa, é preciso seguir na luta para garantir que os direitos trabalhistas e previdenciários não sejam retirados. “Os políticos estão com medo porque sabem a força que a classe trabalhadora tem; esta foi nossa primeira greve geral, mas, se preciso for, faremos muitas outras”, declarou.
Baixada Santista
Um ato unificado em Santos reuniu servidores do Judiciário Federal na Baixada Santista e trabalhadores de diversas categorias, além de aposentados, estudantes e representantes de movimentos sociais.
Segundo Lynira Sardinha, diretora do Sintrajud e servidora da JT Cubatão, a manifestação foi o momento de denunciar os ataques do governo Temer. “Este governo e este Congresso, que estão envolvidos em denúncias de corrupção, querem retirar nossos direitos, mas a batalha está em curso, não pode se encerrar neste dia”, afirmou. “Agora é a hora de a classe trabalhadora tomar mais consciência para ganhar esta guerra.”