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A CSP-Conlutas e o Sintrajud manifestam imenso pesar pelo falecimento de Dom Paulo Evaristo Arns, vítima de uma broncopneumonia, aos 95 anos. Sua história se confunde com a luta contra a ditadura militar (1964-1985) e a favor do voto nas Diretas Já. Os movimentos sociais perderam um grande aliado, um companheiro incansável na luta contra as injustiças e por um mundo melhor. Por sua atuação na defesa dos pobres ficou conhecido como o “cardeal da esperança” e é assim será lembrado.
O trabalho pastoral de Dom Paulo Evaristo Arns foi voltado principalmente para a classe trabalhadora, para os moradores das periferias, para a formação de comunidades eclesiais de base nos bairros e para defesa e garantia dos direitos humanos. O portal Memórias da Ditadura, do Instituto Vladimir Herzog, relata a biografia do cardeal, em destaque para sua coragem nos momentos de enfrentamento contra o regime e solidariedade aos militantes perseguidos e reclusos.
Paulo Pedrini, coordenador da Pastoral Operária, declarou que é impossível falar da história do país sem resgatar a importância do religioso: “Pelo seu papel decisivo na história da democracia brasileira, seu apoio às questões sociais, o respeito pela integridade da vida humana e por tudo que representou. Perdemos um patriarca da sociedade latino americana”, lamentou.
Pedrini relembrou um episódio entre Dom Paulo Evaristo Arns e Dirceu Travesso, o Didi, fundador da CSP-Conlutas que faleceu em 2014. Num ato em denúncia contra a transposição do Rio São Francisco, Didi dirigiu a palavra para o cardeal dizendo: “O senhor não se lembra de mim, mas eu nunca vou esquecer de quando me visitou na cadeia”, emocionado. Esta passagem só demonstra o quanto Dom Paulo Evaristo Arns construiu relações de respeito e admiração na sua trajetória.
Dom Paulo Evaristo Arns, presente!
