O movimento das ocupações estudantis continua crescendo, em especial, nas universidades. As ocupações são para lutar contra a PEC 241, que vai tramitar no Senado como PEC 55 /2016, que propõe congelar por 20 anos o orçamento para saúde e educação e outros serviços públicos. Além disso, os estudantes lutam contra o projeto Escola Sem Partido, também conhecido como Lei da Mordaça e a Reforma do Ensino Médio .
De norte à sul do país são 1155 instituições de ensino ocupadas, sendo 155 universidades, mais 1000 escolas secundaristas e mais de 100 Institutos Federais ocupados.
Na UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), por exemplo, 20 cursos estão ocupados; Na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), a onda de ocupação chegou a 11 cursos; Na UnB (Universidade de Brasília), houve uma assembleia com cerca de 1.200 estudantes, que aprovou a ocupação da reitoria; Na UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco), a assembleia estudantil votou greve por tempo indeterminado; Na UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), ocorreram ocupações no prédio do IFCS (Instituto de Filosofia e Ciências Sociais) e também no Instituto de História.
Segundo Mandi Coelho, da Executiva Nacional da ANEL, esse movimento é hoje o principal foco de resistência ao governo Temer e seus ataques. “As ocupações das escolas da rede básica serviram como ponta de lança para a onda de ocupações das universidades. É importante que o movimento se expanda, inclusive com o apoio de outras categorias. Precisamos nacionalizar e ampliar em unidade e construirmos uma greve geral, somente assim será possível derrotar os ataques e os governos”, concluiu.
Mandi também destacou que a CSP-Conlutas aprovou em sua recente reunião de Coordenação Nacional a participação na Jornada de Lutas que incorporam nos dias 11 e 25 de novembro que serão datas de Protestos, Paralisações e Greve em todo o país. “Essa movimentação nos fortalece. Não podemos deixar de ressaltar que os ataques são muito duros, e não são apenas contra a Educação e sim à classe trabalhadora”, afirmou a estudante.
Ameaça de cancelamento do Enem não enfraquece ocupações nas escolas
Como forma de chantagear os estudantes e colocar a sociedade contra as ocupações de escolas, o governo ameaçou cancelar as provas do ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio), obrigatória para ingresso no ensino superior público ou para bolsas no ensino privado. O MEC (Ministério da Educação e Cultura) declarou que 303 escolas ocupadas comprometeriam a realização da avaliação de 191 mil candidatos. Ao invés de tentar negociar com o movimento a realização das provas nas escolas ocupadas, conforme foi feito nas eleições municipais, o Governo adiou as provas para mais de 49 mil estudantes.
Para Janaína Oliveira, da Executiva Nacional da ANEL, e a atitude do governo é autoritária e desnecessária. “Nas eleições municipais houve coexistência com as escolas ocupadas, qual a razão de ser diferente com o ENEM? A razão é evidente, o governo tenta colocar os estudantes uns contra os outros para enfraquecer o movimento legítimo das ocupações. Nosso recado é que não vai adiantar, eles podem vir quentes, que os estudantes estão fervendo! Não vamos permitir que sequestrem o nosso futuro”, declarou.
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul)
Ocupação da Universidade Federal de Alagoas (Campus Sertão - Delmiro Gouveia)
Na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), a onda de ocupações já chegou a 11 cursos
Na Universidade Federal Rural de Pernambuco, os estudantes decidiram entrar em greve estudantil por tempo indeterminado