Milhares ocupam Avenida Paulista por justiça para Marielle Franco


16/03/2018 - Shuellen Peixoto

“Marielle, Presente”, estas foram as palavras que milhares de pessoas emocionadas gritavam na Avenida Paulista durante a manifestação que cobrou apuração efetiva do assassinato da vereadora Marielle Franco. O ato aconteceu na tarde desta quinta-feira, 15. Os manifestantes, que marcharam do Masp até a Praça Roosevelt, pediam a investigação rápida e punição dos culpados, além de criticar a violência policial e a intervenção federal no Estado do Rio de Janeiro.

Marielle Franco e o motorista do carro onde a vereadora seguia para casa, Anderson Gomes, foram assassinados na noite da última quarta-feira, 14, no Rio de Janeiro. Socióloga e moradora do complexo de favelas da Maré, Marielle foi a quinta vereadora mais votada na última eleição no Rio de Janeiro. Sua atuação era marcada pela defesa de direitos sociais e humanos, direitos das mulheres e LGBTs, contra discriminações raciais e de denúncia de abusos policiais nas operações em favelas.

Nas últimas semanas, a vereadora denunciou nas redes sociais e na Câmara de Vereadores a forma violenta como a Polícia Militar vem atuando em uma operação na favela de Acari, localizada na Zona Norte e em outras áreas periféricas da cidade.

Rachel Daniel – Mídia NINJA

O coletivo de Mulheres do Sintrajud participou da manifestação em São Paulo. Na opinião da diretora do Sindicato Esther Nogueira, servidora aposentada da JF, a morte da vereadora é parte da tentativa do Estado brasileiro de massacrar os movimentos sociais. “Marielle foi vítima do Estado, mas não vão nos calar, estamos nas ruas hoje em todo o Brasil para mostra que estamos acordados”, declarou.

Ana Luiza Figueiredo, diretora do Sintrajud e aposentada do TRF, destacou que a morte da vereadora do PSOL e do motorista é parte da crise social e política do Rio de Janeiro. “Desta vez, além de atacar uma mulher negra, militante e representante da resistência do povo negro e pobre, atacam em um momento que o governo federal faz uma intervenção militar no Rio de Janeiro, isso prova que o problema do Rio não é falta de polícia militar ou intervenção policial, o problema é social”, afirmou.

Além de São Paulo, capitais como Brasília, Salvador, Belo Horizonte, Belém, Maceió, Recife e Porto Alegre, também tiveram manifestações de luto e denúncia do assassinato de Marielle e Anderson. No Rio de Janeiro, milhares de pessoas fizeram vigília e acompanharam o velório da vereadora do lado de fora da Câmara Municipal, desde as 10 horas da manhã. À tarde, um cortejo seguiu até a Assembleia Legislativa, retornando à noite para a Cinelândia.

Ato em Santos

Na Baixada Santista, os manifestantes também foram às ruas de Santos gritar contra a violência policial, que mata cotidianamente o povo negro, e contra a intervenção militar no Rio de Janeiro. O ato aconteceu na rua das Andradas, no Centro, sendo encerrado na Praça Mauá, após passeata nas avenidas do centro histórico da cidade.

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