Greve nos Correios denuncia precarização do serviço e alta do plano de saúde


13/03/2018 - Luciana Araujo

Os trabalhadores dos Correios entraram em greve na última segunda-feira, 12, contra precarização e sucateamento da estatal. A paralisação, que atinge várias cidades do país, reivindica novas contratações por meio de concurso público, o fim das demissões e da terceirização e contra as mudanças no plano de saúde da categoria. Os trabalhadores buscavam com a greve reverter no Tribunal Superior do Trabalho a imposição do regime de coparticipação no custeio do plano de saúde da categoria, além da exclusão de dependentes

Os Correios têm passado por sucessivos PDVs (Programas de Demissão Voluntária), já tendo fechado quase 20 mil postos de trabalho nos últimos cinco anos.  A demanda pelo fim dessas demissões e por novas contratações está diretamente vinculada à política de privatização da estatal que vem sendo imposta pelo governo. Segundo a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares), a empresa anunciou como meta fechar mais de 2.500 agências em todo país.

Em relação ao plano de saúde, a categoria – que tem um uma média salarial de cerca de R$ 1600,00 – poderá ter que arcar com uma mensalidade de até R$900,00. O reajuste foi mantido após o julgamento no Tribunal Superior do Trabalho (TST), também na segunda-feira, 12. A Fentec orientou os trabalhadores a manter a greve e realizar assembleias nos próximos dias.

O Sintrajud apoia a greve dos trabalhadores dos Correios, que em São Paulo realizam assembleia nesta quarta-feira, 14/3, para discutir a continuidade ou não da paralisação. A precarização promovida pelo Governo Federal afeta os direitos dos trabalhadores e tem prejudicado também os usuários em todo o país, inclusive o Sindicato, que tem recebido questionamentos quanto à entrega atrasada de correspondências e jornais, que são enviados com a devida antecedência.

Segundo a empresa informou ao Sintrajud, a reorganização das rotas de correspondências tem levado a que postagens fiquem paradas nos centros de distribuição aguardando volumes maiores de entregas numa determinada região. Com isso, contas, cartas e também impressos enviados pelo sindicato têm chegado com atraso nos últimos três meses. Apesar dos aumentos tarifários, também denunciados pela greve dos trabalhadores dos Correios. O sindicato da categoria aponta ainda como causa da queda na qualidade dos serviços a redução do efetivo profissional e uma estratégia deliberada para desqualificar a empresa perante a população com o objetivo de facilitar a entrega do serviço à iniciativa privada.

O Sintrajud também se coloca ao lado dos trabalhadores dos Correios na luta contra a privatização.

Colaborou: Luciana Araujo

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